José Saramago: “a única coisa que necessito é de dizer aquilo que penso”

Os livros de José Saramago não são peças autobiográficas, mas em toda a obra literária transparece o homem que o escritor é, o modo de ser e de pensar. Os temas escolhidos, a maneira singular de contar histórias, narrativas mais historiográficas ou alegóricas que interpelam o leitor, que colocam questões sobre o presente, sobre a condição humana, sobre a civilização; apresentam o autor, contêm a essência de Saramago. Do primeiro ao último romance, apenas destacando da longa lista os polémicos “Evangelho Segundo Jesus Cristo” e “Caim”, o Nobel da Literatura afirmou-se sempre por ser um escritor de ideias, por escrever o que pensava sem obedecer a conveniências ou procurar consensos.

José Saramago sobre “As Intermitências da Morte”
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Visivelmente debilitado, muito doente já quando proferiu estas declarações, recuperadas e emitidas na RTP no dia em que morreu, José Saramago não se esconde neste tempo difícil em palavras outras que não as dele mesmo: “A única coisa que necessito é de dizer aquilo que penso”. Como dizer-se de forma desassombrada ateu, repetir que Deus não é de fiar e continuar a não compreender porque é que as religiões se opõem umas às outras. Saramago, aqui.

 

 

 

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Ficha Técnica

  • Título: Câmara Clara - Especial José Saramago
  • Tipologia: Programa Cultural
  • Autoria: Paula Moura Pinheiro
  • Produção: RTP
  • Ano: 2010