Lídia Jorge começou por escrever “a vida ao contrário”

Escreve porque quer guardar a memória das coisas. Constrói parábolas para reinterpretar acontecimentos recentes da história de Portugal. O antes e o depois da revolução de Abril é tema recorrente dos seus romances. Lídia Jorge, escritora, apresenta-se.

A infância solitária passada no campo, aproximou-a da natureza e da pequena biblioteca que havia em casa. Nos livros encontrou a “grande companhia” que precisava e, dessas leituras, muitas em voz alta para a família, nasceu-lhe vontade de imaginar.

Tinha 10 anos quando tentou um primeiro romance, uma mistura da “Morgadinha dos Canaviais” de Júlio Dinis  e do “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco. Entre redações para a escola, fazia histórias com as personagens de Camilo, em que “escrevia a vida ao contrário” para substituir tragédias por finais felizes. Fossem pequenos textos ou poesia, nunca mais parou de escrever.

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Lídia Jorge, nascida em Boliqueime, no Algarve, em 1946, muda-se depois para Lisboa, onde faz a licenciatura em Filologia Românica. Prefere ser professora do ensino secundário a assistente da faculdade, porque precisa de tempo para escrever. O primeiro romance “O Dia dos Prodígios”, publicado em 1980, é a alegoria de um país atrasado, libertado pela Revolução de Abril. Durante mais de 30 anos de ficção, a escritora, irá muitas vezes fazer uma reinterpretação da história recente de Portugal. Amplamente premiada, a romancista e contista é uma das vozes mais consagradas da literatura portuguesa contemporânea.

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Ficha Técnica

  • Título: Ler+ ler melhor- Lídia Jorge
  • Tipologia: Extrato de Magazine Cultural
  • Produção: Filbox produções
  • Ano: 2011