Os judeus e a inquisição em Portugal
Há registo de judeus no país quase desde a sua fundação e, se nos primeiros séculos eram bem-vindos, apesar de se conhecerem crises pontuais, a situação mudou a partir do Século XVI.
Nos séculos XI e XII já há registo de comunidades judaicas em Portugal. Vivem, muitas vezes, fechados socialmente sobre si mesmas, mas elementos chave nas cortes dos reis portugueses da primeira dinastia. Os mais ricos e com maior formação são gestores, banqueiros ou médicos enquanto outros são comerciantes ou prestadores de serviços.
Durante a primeira dinastia existe algum respeito entre as diversas comunidades religiosas, apesar das pressões do papa e de alguma nobreza que desde cedo defenderam a descriminação do judeus. Ao contrário de outros reinos cristãos que aplicam as directivas de Roma, vários monarcas portugueses preferem não impor a utilização de vestuário identificativo, como chapéus amarelos ou marcas hexagonais e avermelhadas presas ao vestuário.
Estas posições régias não impedem o surgimento pontual de perseguições por parte de vários elementos da população. Os ataques intensificam-se no século XV quando milhares de judeus expulsos pelos reis católicos entram no país.
Em 1496 também em Portugal surgem éditos que ameaçam de expulsão os que não se converterem ao catolicismo. Por ordem real assiste-se à retirada de crianças a pais judeus e conversões à força.
Em abril de 1506 dá-se em Lisboa a matança da Páscoa, um dos momentos mais negros da história do judaísmo no nosso país. Milhares de cristãos novos são atacados, agredidos e mortos.
Trinta anos depois chega também Portugal a Inquisição que vai ficar pelo país até 1767. Sob as suas ordens queimam-se nas fogueiras cerca de duas mil pessoas, muitos são cristãos novos (judeus e muçulmanos convertidos ao cristianismo).
Ficha Técnica
- Título: História a história - Os Judeus e a inquisção em Portugal
- Tipologia: Documentário
- Autoria: Fernando Rosas
- Produção: RTP/ Garden Films
- Ano: 2015