Tubarão-branco: de predador temido a espécie ameaçada

Habitantes do planeta há mais de 400 milhões de anos, os tubarões eram verdadeiros gigantes dos mares. Podiam atingir 15 metros de comprimento e pesar mais de 48 toneladas. A espécie evoluiu, os predadores ficaram mais pequenos mas continuam a meter medo.

O animal merece ser temido, basta olhar para as fileiras de dentes serrilhados e afiados, para perceber que estamos perante um predador de respeito. E se no século XIX os navegadores ainda o confundiam com golfinhos, em 1975 o cinema veio demonstrar que havia razões para ter medo. Estrela do filme de Steven Spielberg, o tubarão-branco ficou a ser o mau da fita por atacar banhistas e espalhar o pânico.

Atraídos também pela história, os cientistas dedicaram-se a estudar estes senhores dos mares e descobriram que é  mais a fama do que o proveito. Afinal, o predador seleciona muito bem as presas, e o Homem não faz parte das suas preferências gastronómicas, prefere sim alimentar-se de tartarugas, lulas, golfinhos, atum, carcaças de baleias e de outros peixes. Naturalmente agressivo, não hesita em atacar quando é provocado ou se sente ameaçado.

A proximidade com humanos pode ser fatal. Para os dois lados, entenda-se. E o maior predador marinho é quem mais deve temer estes encontros, como provam os números: para cerca de cem ataques a pessoas são dizimados milhares e milhares de tubarões todos os anos. Vítima da pesca comercial e desportiva, a espécie é considerada vulnerável pela União Internacional de Conservação da Natureza, a caça e o abate deliberados são protegidos pela Convenção para a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens.

Feroz, rápido e ágil, o tubarão-branco ou Carcharodon carcharias (nome científico), pode chegar aos seis metros e meio de comprimento, pesar mais de duas toneladas e nadar a uma velocidade de 40 quilómetros por hora. Pertence ao grupo dos peixes elasmobrânquios que em vez de ossos têm uma cartilagem leve e flexível. No focinho encontram-se células sensoriais que lhe permitem farejar presas a três quilómetros de distância. Mas os dentes, todos substituíveis, são a maior arma deste predador marinho: uma dentada é mais poderosa do que a de um crocodilo. Durante toda a sua vida, que pode durar até aos trinta anos em estado selvagem, chegam a ter 50 mil dentes.

Esta é a mais perigosa das espécies que marcam presença nas águas dos Açores, algumas  monitorizadas por equipas de biólogos da universidade regional. Na reportagem da RTP mergulhamos com um dos peixes mais antigos do mundo, atividade lucrativa a crescer nas ilhas. Para quebrar o medo.

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Ficha Técnica

  • Título: Mar à Vista - Tubarões no mar dos Açores
  • Tipologia: Extrato de Programa - Reportagem
  • Autoria: José Serra / Filipe Porteiro
  • Produção: RTP
  • Ano: 2011