Guerra Junqueiro: 4 minutos para conhecer o poeta da República
Nascido no século em que os poetas "tinham ressonância no espaço público", a voz de Guerra Junqueiro foi de resistência à monarquia e mobilizadora dos ideais republicanos. Apelidado de Victor Hugo português, as suas composições poéticas, fossem sátiras ou líricas, recolheram o louvor nacional. Mas o poeta que era "leitura quase obrigatória em família", é hoje pouco conhecido e estudado.
Sem vocação para o sacerdócio, destino que os pais lhe queriam dar, Abílio Manuel Guerra Junqueiro irá marcar o final do século XIX e as primeiras décadas de XX com as suas composições poéticas e intervenções políticas. O talento invulgar do poeta transmontano conquista prestígio e uma popularidade inédita, porém, o sucesso das “rimas estrondosas” por muitos recitadas, não impedem dissabores causados pelo seu anticlericalismo e críticas às elites corruptas.
Ao longo da vida serão muitos os combates que assumirá, mas é o seu profundo envolvimento na crise nacional originada pelo Ultimato Inglês, de 11 de janeiro de 1891, que fará dele uma das figuras de referência na luta contra a monarquia e, na posterior instauração da República.
São estas algumas facetas do múltiplo Guerra Junqueiro (1850-1923), também filósofo, cientista, colecionador e viticultor, sublinhadas por José Augusto Seabra, professor da universidade de Coimbra, na entrevista realizada no Jornal 2 a propósito do primeiro festival literário de tributo ao poeta. Do evento organizado em 2017, destaca-se a criação do prémio Guerra Junqueiro atribuído por unanimidade a Manuel Alegre, outra “voz da resistência”.
Depois de um longo período no esquecimento nacional, o autor do livro “Os Simples” e “Oração à Luz”, volta a ser falado devido à iniciativa de Freixo de Espada à Cinta, a terra onde nasceu.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Jornal 2 - Entrevista com José Carlos Seabra
- Tipologia: Excerto de Programa de Informação
- Produção: RTP2
- Ano: 2017