“Armandinho”, mestre da guitarra portuguesa
Instrumentista e compositor, Armando Augusto Salgado Freire, conhecido como "Armandinho", foi um dos expoentes máximos da guitarra portuguesa. Destacou-se como acompanhante e como solista. Participou no desenvolvimento do instrumento e na sua afirmação como elemento central no contexto do fado de Lisboa.
Nasceu em 1891 e foi sapateiro, operário e até fiscal do mercado da Ribeira, antes de se tornar guitarrista profissional. Dedicou-se exclusivamente ao fado, como acompanhante de grandes nomes da canção da época e como solista, deixando composições que ainda hoje são conhecidas. Teve ainda possibilidade de gravar vários temas em discos de 78 rotações, o que ajudou a perpetuar o seu legado.
Ao longo da carreira actuou em tabernas, associações, casas particulares, teatros e também em casas de fado, que nos anos 20 do século passado se disseminaram por várias partes do país, mas especialmente em Lisboa. Em 1926 gravou o primeiro disco pela Columbia Records e nos anos seguintes fez outros registos para diferentes editoras.
Armandinho é apontado como um dos percursores de uma nova forma de fado que se popularizou no início do século passado. Até esta altura tinha este estilo musical tinha vivido numa certa marginalidade. Foi um defensor acérrimo dos direitos de autor, tendo sido um dos fundadores da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, antecessora da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
A série documental “À porta da História” traz para o domínio do grande público 13 portugueses que se destacaram no seu tempo e, através das suas ações ou da sua obra e conquistaram um lugar na galeria de notáveis. São personalidades com percursos inesperados e cheios de curiosidade que, por acasos do destino, deslizaram para uma zona obscura do mediatismo histórico.
Foram notáveis. Fizeram obra. Muitos deixaram seguidores e influenciaram as gerações seguintes, mas são pouco recordados nas efemérides, nas comemorações, nos manuais escolares ou nas páginas de jornais.
