Linha da Frente
O despertar da ilha
A Ilha da Culatra, em plena Ria Formosa, quer ser autossustentável até 2030. Para isso, estudam-se embarcações movidas pela energia solar, colocam-se telhas fotovoltaicas na igreja e pede-se aos pescadores que tragam para terra, além do peixe, o plástico que encontram no mar. Numa área protegida, marcada por conflitos e desafios ambientais, é uma de seis ilhas que a União Europeia selecionou para ser comunidade-piloto de energias renováveis.
Uma vez conquistado o direito a habitar a Ria Formosa, os moradores trabalham com a Universidade do Algarve e várias associações locais com vista a uma transição energética que inclui a captação do sol e do vento, o combate ao plástico e a convivência com espécies e habitats ameaçados. Num planeta a gritar por salvação, a Culatra quer desenhar-se para o futuro como um oásis de sustentabilidade.
Tudo se centra em volta de uma estrutura que agrega as diferentes fontes de energias renováveis e que permite a implementação de um modelo de economia participativa, com a distribuição dos custos e das receitas resultantes da geração de energia limpa. Um projeto englobado na estratégia energética da UE, que pretende obter cerca de 30 por centro da energia consumida a partir de fontes renováveis, alcançando a descarbonização da economia até 2030.
As ilhas são reconhecidas como tendo um papel muito particular na transição energética. São espaços que enfrentam desafios muito específicos e geralmente dependem de importações do continente. Sistemas geográficos, por isso, ideais para a criação de redes locais de energia renovável, permitindo testar diferentes soluções. A Culatra tornou-se num espaço experimental que se pretende venha a ser um exemplo para o resto da Europa.
Ficha Técnica
- Título: Linha da Frente - O Despertar da Ilha, temporada 21 - episódio 29
- Tipologia: Reportagem
- Autoria: Duarte Baltazar / João Junça
- Produção: RTP
- Ano: 2019