A Arte da Cura
Das plantas aos fármacos – o percurso
Ao longo de milénios os tratamentos das doenças passaram pelas mãos de curandeiros, religiosos, boticários, médicos. Seguiram o caminho da planta à molécula. Nos laboratórios, a biotecnologia ajuda-nos a evoluir, sempre a partir da biodiversidade - essa farmácia a céu aberto onde continuamos a procurar a cura.
O objetivo é tratar ou a prevenir doenças. Para tal, mezinhas, drogas, medicamentos. Um percurso que atravessou civilizações que deram o seu contributo num caminho que se mantém ativo. A base está na natureza. É da biodiversidade vegetal, mineral e animal que provém a maioria das substâncias base para a formulação do que chamamos medicamento. Um exemplo muito conhecido é o da aspirina, cujo principio ativo é fornecido pelo salgueiro – o ácido acetilsalicílico.
O uso das plantas ou mesmo o veneno de alguns animais remete-nos para preparados usados por povos milenares no Egito, na China, ou entre os indígenas americanos. Eram muitas vezes usados para tratar o que tantas vezes surgia no corpo como castigo divino e serviram, portanto, também como purificadores perante os deuses. O conhecimento extraído da natureza foi ganhando corpo e passando de mão em mão por curandeiros, religiosos, homens de poder.
Com Paracelso – o revolucionário renascentista da medicina -, muda muita coisa no conceito da medicação. Nomeadamente, com a sua contribuição no campo da química e com uma descoberta fundamental: a diferença entre algo fazer bem ou fazer mal poder apenas ser a dosagem. O conceito de toxicidade é algo ainda hoje imperativo na medicação. Com o advento dos novos saberes, a farmacologia evoluiu até à era laboratorial. Mas na base está o mesmo: o que a natureza nos dá.