Como funciona uma sala de consumo vigiado de drogas
Lisboa abriu, em 2021, o primeiro espaço fixo em Portugal onde se pode consumir drogas sob vigilância. Os dependentes saem da rua e técnicos de saúde controlam os "chutos" para evitarem males maiores e estenderem uma mão amiga.
Em duas semanas de funcionamento, a sala de consumo assistido situada na Quinta do Loureiro, em Lisboa, atendeu mais de cem utentes. Ao fim de um ano, tinha 1.300 inscritos. Pessoas que trocaram o uso drogas a céu aberto por um espaço limpo, ordenado e, sobretudo, controlado por quem pode ajudar. Enfermeiros, psicólogos e técnicos de apoio social gerem a sala onde todo o material é fornecido, à exceção da própria substância.
O objetivo é evitar o consumo no espaço público e ao mesmo tempo diminuir os riscos dos toxicodependentes. Redução de overdoses e de transmissão de doenças, bem como conforto e dignidade, presidem à criação destes espaços. Além de estarem vigiados enquanto consomem, a designada sala de “chuto” proporciona também possibilidade de realizar tarefas de higiene, convívio, algumas refeições e apoio psicossocial.