De que nos vamos alimentar no futuro?
O homem empurrou o planeta para pontos sem retorno. Parte dessas alterações aconteceram por causa da alimentação. No magazine Biosfera, exploram-se os benefícios nutricionais e ambientais dos insetos, dos cogumelos e dos biovivos. Serão eles o futuro no nosso prato?
Para alcançar as mais importantes metas climáticas apontadas para meados do século XXI é importante reestruturar a produção alimentar. O que vamos comer e de que forma? Serão os insetos a proteína do futuro? É uma pergunta que cada vez mais se coloca, já que integram o maior grupo de animais do mundo – são cerca de 900 mil espécies. Muitas delas já fazem parte da dieta de milhões de pessoas em várias partes do mundo, nomeadamente na Ásia, em África e na América Latina.
Reconhecidas que estão as suas propriedades nutricionais, parece agora ser, sobretudo, a barreira psicológica a que falta ser ultrapassada para que saltem para o prato de outras culturas. O consumo de insetos traz outros benefícios: a redução da pegada ecológica. O que se gasta para criar um quilo de insetos é incomparável ao necessário para a criação da mesma quantidade de carne de porco ou de vaca.
Por motivos ambientais, mas também de sustentabilidade económica, o mundo prepara grandes mudanças em termos de produção alimentar, até porque as exigências para as próximas décadas vão ser massivas – estima-se que até meados do século XXI a procura de comida aumente cerca de 70%. E é aqui que entra outro superalimento: os cogumelos, graças às suas propriedades nutritivas, além de reconhecidos há muito pelas propriedades medicinais. Pertencem ao reino dos fungos: estão entre as plantas e os animais.
Os desafios das alterações climáticas têm levado a repensar os modelos de produção alimentar, optando por opções integradas que levam os produtos da terra ao prato. É a grande bandeira erguida pelos ecologistas da nova gastronomia que não separam comida e saúde. A saúde dos seres humanos, que já não é conseguida pelas dietas comuns, bem como a saúde do planeta, bastante fragilizada pela exploração desenfreada de recursos. É dentro das novas opções que encontramos os alimentos biovivos: vegetais com uma extraordinária densidade de nutrientes.
Insetos, cogumelos, vegetais com alta densidade nutricional são apontados como alimentos alternativos às dietas regulares que conhecemos no Antropoceno e que derivam das práticas iniciadas com o advento da agricultura e, sobretudo, da Revolução Industrial. A ação do homem sobre o planeta, potenciada pelo avanço tecnológico, criou grande avanços civilizacionais, mas trouxe desafios que chegam ao da própria subsistência no mundo. As exigências alimentares são claramente uma das alterações obrigatórias a incluir no cardápio das mudanças pela sobrevivência da espécie no planeta.
Ficha Técnica
- Título: Biosfera: Alimentação no Antropoceno, temporada 20 - episódio 10
- Tipologia: Extrato de Programa
- Produção: Farol de Ideias
- Ano: 2022