Cortes de Leiria: um ensaio para a democracia

Em plena Idade Média, o povo foi chamado a participar na vida política do reino. A partir das Cortes convocadas por Afonso III, os três grupos sociais passaram a ser ouvidos em todas as decisões importantes da governação. Nesta mudança, em 1254, estão as raízes do parlamentarismo. Ou, nas palavras do historiador Saul António Gomes, o embrião da democracia parlamentar.

No castelo mandado edificar por D. Afonso Henriques, realizaram-se as cortes que mudaram a história da vida parlamentar em Portugal. Até então, os monarcas consultavam apenas membros do alto clero e da nobreza, limitando assim os assuntos e as decisões do reino a uma elite privilegiada.  

Em 1254, D. Afonso III tinha motivações para juntar o povo a esta tradição de ouvir conselheiros, tradição esta com origem visigótica. Precisava de autoridade para o seu reinado que acabara de conquistar o Algarve, de controlar abusos de poder, de garantir a paz e a estabilidade social. Pela primeira vez, decide chamar a uma assembleia, representantes populares, os chamados homens bons, vindos de alguns concelhos do país.

É com estes delegados que passam a discutir-se temas importantes da governação. Guerra e paz, casamentos reais, a quebra da moeda, leis e impostos. A eles, é permitido apresentar reclamações e pretensões, dizer de sua justiça. A classe mais desfavorecida começava a ter voz política nos parlamentos medievais.  

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Ficha Técnica

  • Título: Visita Guiada - Castelo e Paço de Leiria
  • Tipologia: Excerto de Programa de Cultura Geral
  • Autoria: Paula Moura Pinheiro
  • Produção: RTP
  • Ano: 2022