Acompanhamos, semana a semana, os meses que antecederam a revolução de abril de 74. Sempre às segundas, na Antena 1, propomos um novo conteúdo áudio, agarrado às datas e aos acontecimentos que a marcaram. A reboque, retrata-se Portugal, um país à beira da revolução, mesmo sem o saber.
229 dias antes da revolução: entre 9 de setembro de 1973 e 24 de Abril de 74 - o tempo entre a primeira das reuniões dos capitães e a véspera do dia radioso em que o MFA libertou Portugal.
Em 1974, Portugal tinha cerca de 100 médicos por cada cem mil habitantes. Hoje, são quase seis vezes mais. A mortalidade era muito alta em todos os escalões etários. Até aos 12 meses, morriam 70 bebés em cada 1000.
O ano de 1974 teve Mundial de Futebol, na Alemanha, mas a seleção portuguesa não chegou lá. Os clubes também não brilharam como tinham conseguido na década anterior na Europa.
A vida portuguesa também se fazia dos fait-divers quotidianos. A publicidade era pujante naquele começo dos anos 70 e era pensada por dezenas de escritores e outros artistas, quase todos da oposição.
Alguns dias antes de 29 de março de 1974, a lotação do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, estava esgotada. O evento prometia.
Nos primeiros meses de 1974 era atingido o pico do despovoamento do Portugal interior: êxodo de um milhão de portugueses para Lisboa, outro milhão para França e ainda dos rapazes mobilizados para a guerra.
Em 16 de março de 1974, uma coluna militar com mais de 200 homens e vários carros de combate e de transporte, saiu do RI5, nas Caldas da Rainha, em direção a Lisboa.
O estatuto da mulher no tempo Antes da Revolução. A mulher devia submeter-se ao marido. Nos cinco anos e meio com governo de Marcelo Caetano houve evolução em relação ao que acontecia nas décadas de Salazar.
Na terça-feira, 5 de março de 1974, mais de 180 militares reuniram-se em Cascais, na casa disponibilizada pelo arq. Braula Reis. O derrube do regime estava decidido.
Faz esta semana 50 anos: em 22 de fevereiro de 74, foi posto à venda o livro em que o carismático general Spínola punha em causa a política ultramarina do governo que Marcelo Caetano herdara de Salazar.