O movimento estudantil em Portugal
A década de 60 do século XX concentrou as mais significativas ações estudantis em Portugal. A ditadura motivou a contestação, e a Faculdade de Direito de Lisboa destacou-se. As lutas dos estudantes, que atravessaram gerações, foram um motor de mudança académica, política e social.
Desde os primeiros passos, em 1914, num contexto de instabilidade republicana e mudanças sociais, os estudantes começaram a organizar-se em torno de causas que iam além das paredes das universidades. Lutaram pela melhoria das condições de ensino, mas também assumiram uma postura crítica face às estruturas do poder.
Durante o regime do Estado Novo, o movimento estudantil foi um bastião de resistência à ditadura. A década de 1960, em particular, tornou-se célebre pela explosão de protestos por parte da juventude académica. Greves e manifestações ganharam protagonismo, desafiando a censura e enfrentando a repressão policial.
Em espaços como a Faculdade de Direito de Lisboa – verdadeiros centros de efervescência intelectual – discutiram-se ideias revolucionárias sob o olhar atento das autoridades. Neste contexto, o movimento estudantil transformou-se numa escola de cidadania e de coragem, e vários protagonistas dão o seu depoimento neste documentário: figuras que viriam a destacar-se no panorama nacional, como Fernando Rosas, Jorge Sampaio, Durão Barroso, Freitas do Amaral, Alberto Costa, Maria José Morgado, entre muitos outros.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, o movimento estudantil reinventou-se num cenário de democracia. Os estudantes voltaram a ocupar um lugar central na luta pelos direitos sociais, ao levantarem bandeiras contra as propinas, as desigualdades no sistema educativo e os cortes no financiamento público.
Ficha Técnica
- Título: Movimento Estudantil 1914 - 2014
- Tipologia: Documentário
- Produção: Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa
- Ano: 2016