O sal da terra, em Rio Maior

Onde, em tempos longínquos, andou o mar, encontra-se a maior pedra de sal-gema do mundo. Só por isso já valia a viagem a Rio Maior, mas a qualidade do sal e toda a atividade que o rodeia acrescentam valor ao tesouro.

A primeira referência ao funcionamento destas salinas data do século XII, quando da formação da nacionalidade. Situadas a cerca de três quilómetros da cidade de Rio Maior, no sopé da Serra dos Candeeiros, destacam-se por serem as únicas, em Portugal, onde o sal é extraído de uma fonte subterrânea e não do mar. Tal é possível graças a uma extensa e profunda mina de sal-gema atravessada por uma corrente subterrânea que alimenta um poço, o que torna a água sete vezes mais salgada do que a do mar.

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O processo de extração envolve puxar a água salgada do poço e conduzi-la por regueiras para compartimentos pouco profundos – os “talhos”, feitos de cimento ou pedra. A exposição ao sol e ao vento provoca a evaporação da água, o que resulta na cristalização do sal, que é posteriormente recolhido e colocado em montes, em forma de pirâmides, semelhantes às das salinas marinhas.

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Acredita-se que o aproveitamento do sal-gema remonte à pré-história e é em Rio Maior que Luís Lopes e a família levam aos ombros tradições milenares, como testemunhamos nesta reportagem. A qualidade do sal e a atividade desenvolvida em torno deste tesouro natural tornam estas salinas singulares em Portugal e as únicas do género em pleno funcionamento na Europa.

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Temas

Ficha Técnica

  • Título: Entre o Mar e a Terra, temporada 2 - episódio 10
  • Tipologia: Excerto de Programa
  • Produção: Zerkalo p/RTP
  • Ano: 2024