Agostinho Neto, o primeiro presidente de Angola
Agostinho Neto foi médico, poeta e o primeiro presidente da República de Angola. Fundou o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e assumiu-se como figura central na luta pela independência do país.
Agostinho Neto nasceu a 17 de setembro de 1922, em Caxicane, perto de Luanda, em Angola. Os pais eram professores e cedo se mudaram para Luanda, onde o filho estudou e completou o liceu em 1944.
Muda-se para Portugal onde começa por frequentar a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e depois a Faculdade de Medicina de Lisboa. Em Portugal, é um dos fundadores da Casa de Estudantes do Império e do clandestino Centro de Estudos Africanos, revelando-se um a contestatário ao regime e ao colonialismo.
Em 1948, é preso pela PIDE e fica detido durante três meses. Assume o lugar de representante da juventude africana no MUD-Juvenil, um movimento democrático que surgiu no final dos anos 40 do século passado. Passa mais vezes pelas prisões da PIDE.
Em 1956 é um dos fundadores do MPLA.
Terminados os estudos de medicina regressa a Luanda onde abre um consultório, enquanto organiza atividades políticas relacionadas com o MPLA. Acaba por ser preso em 1960 e, devido à contestação local que cresce, é enviado de regresso à metrópole para cumprir pena, mas acaba deportado para Cabo Verde.
É libertado em 1962 para voltar a ser preso e regressar a Lisboa. Quando é libertado escapa com a família para o Congo. A ação militar e política do MPLA passa a ser coordenada do estrangeiro.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 regressa a Luanda para participar nas conversações com vista à independência do país e assina os acordos de Alvor. Em Novembro de 1975, é proclamado Presidente da República de Angola, numa altura em que o país já está envolto numa guerra civil entre os vários movimentos de libertação do país – MPLA, FNLA e UNITA. Agostinho Neto assume o comando militar das forças do seu partido partindo para a conquista da capital e da maior parte do país até fins de 1976. No entanto, a guerra, nomeadamente com a UNITA, prolongou-se até 1992.
Agostinho Neto morreu a 10 de setembro de 1979, em Moscovo, de complicações resultantes de tratamentos a um cancro que tinha no fígado.