A Invasão da Agricultura Insustentável

Nas regiões da Cova da Beira, Baixo Alentejo, Sudoeste Alentejano e no Algarve aumentam, a cada dia que passa, as explorações de amendoal, de olival e até de frutos tropicais como o abacate. As antigas zonas de cultivo estão a desaparecer, na sua forma familiar e nas suas características naturais, que permitiam a conjugação de várias culturas em simultâneo, misturadas, de resto, com arvoredo autóctone. Eram práticas que seguiam as regras da natureza, mas que se tornaram insuficientes para as exigências dos atuais níveis de consumo.

Com o investimento feito em grandes sistemas de regadio como o de Alqueva e o da Cova da Beira, os terrenos tornaram-se atrativos para grandes investimentos, muitos deles estrangeiros. Depois de adquiridos foram transformados em gigantescos campos de monoculturas. Os olivais, os amendoais, as grandes estufas em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e até os abacates algarvios – cujas árvores podem chegar a consumir, cada uma, 80 litros de água por dia -, são agora ex-libris da produção agrícola nacional, quase toda para exportação.

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A agricultura intensiva e superintensiva caracteriza-se pelo uso de tecnologias e de pesticidas para uma maior produtividade e é comum em países com alto desenvolvimento económico. São, no entanto, práticas contestadas por especialistas e ambientalistas, por contribuem para agravar ainda mais os problemas relacionados com a gestão da água – não só os gastos, mas a contaminação dos lençóis subterrâneos – e com as alterações climáticas que, no caso português, se traduzem no agravamento da desertificação dos solos.

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