Dos povos às roças

Um dos primeiros efeitos da cultura do açúcar na Madeira foi a busca por novos terrenos, o que fez crescer o número de poios – degraus – nas zonas mais altas, o que permitiu um aumento assinalável das zonas aráveis.

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O açúcar e os escravos

Outra mudança na paisagem foi o surgimento das levadas – canais  -, que ainda hoje trazem água das zonas mais elevadas da ilha para os terrenos onde se desenvolve a agricultura. Ao longo dos séculos foram construídos mais de 1400 quilómetros destas vias para rega.

A colheita e preparação do açúcar era realizada por homens livres e escravos. Após a apanha começava o tratamento da cana para extrair o suco – a grapa – que podia e continua a ser utilizada para fazer açúcar, aguardente ou mel. A transformação é feita no que genericamente se designa por “engenhos”, que moem a cana e cozem o sumo que esta deita até ao processamento de que resulta o produto pretendido.

A importância desta indústria ficou ameaçada no século XIX quando pela primeira vez se obteve açúcar da beterraba, uma descoberta que, associada à massiva produção de cana no Brasil e noutras regiões, afastaram da Madeira da produção açucareira. Desde os anos 80 do século passado que a cana ali produzida é utilizada apenas para a produção de aguardente e de mel.

A série “A Madeira e a História do Açúcar”  leva-nos a conhecer a relação que existe entre aquele arquipélago e o açúcar.  É conhecida a importância deste produto nas nossas vidas, mas desconhecemos a forma como marcou a história de Portugal e o papel que a Madeira desempenhou como plataforma de produção e desenvolvimento de uma tecnologia que se expandiu para todo o mundo.

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