Amor Cão

São mais de 100 mil, os animais abandonados todos os anos em Portugal. A cada ano que passa, aumenta o número de cães e de gatos largados à sua sorte. Há, em todo o país, mais de 300 associações zoófilas que, juntamente com canis e gatis municipais, recolhem estes animais. Não chegam.

O Cantinho da Milú, em Setúbal, é um retrato diário desta situação. Em cerca de 25 mil metros quadrados estão as instalações para quase 800 cães de todas as raças e idades. A associação, com uma dezena de voluntários, nasceu e vive graças à generosidade de quem diz não ao abandono e está disposto a dar 24 horas por dia, todos os dias, a uma causa.

Mas fazer face à alimentação e tratamento de centenas de animais é uma dificuldade permanente. Pior, quando todos os dias são mais os que precisam de abrigo. Alguns são deixados no lixo, outros largados na estrada ou simplesmente entregues às associações porque já não têm quem cuide deles.

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O que têm a dizer os especialistas em comportamento animal sobre a vida com os seres humanos? E que perguntas levantam os psiquiatras sobre quem não trata bem os bichos? Será oportuna uma linha de emergência para socorro animal, tal como existe para as pessoas?

São múltiplas as questões que se colocam relativamente ao bem-estar destes seres que designamos de estimação. Há quem reclame por políticas públicas que previnam comportamentos desviantes – não está em causa apenas o abandono, mas também maus-tratos – e há sugestões que ganham força na discussão, como a de postos-veterinários móveis.

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