As joias negras do Império (I)

A expansão portuguesa abriu as portas à massificação da escravatura africana que, nos séculos seguintes, se tornou a força de trabalho propulsora da economia e teve um papel essencial na expansão colonizadora das principais potências europeias.

O primeiro grande grupo de escravos africanos chegou no ano de 1444 a Lagos, no Algarve, em seis navios. Eram um total de  255 pessoas capturados na costa africana durante uma expedição comandada por Lançarote de Freitas. A população desceu à praia para assistir à chegada dos cativos, que seriam  vendidos no centro da cidade, momento descrito pelos contemporâneos, nomeadamente pelo cronista Gomes de Zurara, como triste e pungente.

A captura de escravos em expedições lideradas por europeus cairia rapidamente em desuso, organizando-se em sua substituição uma cadeia envolvendo comerciantes locais que se responsabilizavam pela captura e fornecimento das pessoas aos traficantes.

Hoje, a presença dos descentes destes escravos africanas pode não ser muito visível em Portugal, mas em termos genéticos não é difícil confirmar que muitos portugueses herdaram sangue africano em algum momento da sua árvore genealógica.  Isso é especialmente evidente a sul do Mondego.

Em algumas populações, como na zona de Alcácer do Sal, também se conseguem divisar traços étnicos que fazem a ligação entre os tempos da escravatura e os nosso dias.

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Ficha Técnica

  • Título: As joias Negras do Império
  • Tipologia: Documentário
  • Autoria: Anabela Saint-Maurice
  • Produção: RTP
  • Ano: 1998