As joias negras do Império (II)

A escravatura de pessoas com origem africana cresceu rapidamente ao ritmo das descobertas territoriais dos europeus, tornando-se o sustento da economia colonial. O Brasil foi o principal destino dado aos escravos traficados pelos portugueses, mas os que chegaram à metrópole e por ela se espalharam deixaram um rastro cultural que teve eco até aos dias de hoje.

A igreja católica foi permissiva com o tráfico de escravos ao longo dos séculos, promovendo a sua conversão e olhando para este negócio como uma forma de reduzir a influência dos muçulmanos em importantes partes do continente africano, que controlavam.

A presença destes homens e mulheres na sociedade portuguesa e a sua conversão ao catolicismo também tiveram impacto no tecido social existente, especialmente quando grupos cada vez maiores se tornaram livres, criando, integrando ou participando em confrarias religiosas, festas e romarias.

Em muitas cidades e vilas os escravos ou ex-escravos passaram a ter lugar próprio nos diversos festejos, surgindo com as suas roupas garridas, danças atrevidas e músicas animadas.

A escravatura foi proibida em Portugal em 1761, mas o tráfico para as colónias continuou, nomeadamente para o Brasil, onde a vida dos escravos era especialmente dura. Apesar de terem passado vários séculos sobre esta decisão, ainda hoje se encontram testemunhos da passagem deste homens e mulheres nas tradições locais de várias regiões.

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Ficha Técnica

  • Título: As joias negras do império
  • Tipologia: Documentário
  • Autoria: Anabela Saint-Maurice
  • Produção: RTP
  • Ano: 1998