As terras das rainhas de Portugal

Quando o casamento era uma estratégia política para firmar ou reforçar alianças, os reis doavam parte do património da coroa às suas rainhas. Ficavam senhoras poderosas de terras férteis e de algumas das mais belas vilas do reino, como é o caso de Óbidos.

No período medieval, os monarcas portugueses recuperaram a antiga tradição do pagamento de um dote ou «arras» às futuras rainhas. Quando o matrimónio era celebrado, as noivas recebiam uma  percentagem do património do rei, que assim lhes garantia uma fonte de rendimento vitalícia.

Os bens doados, terras e vilas localizadas sobretudo no Ribatejo e na Estremadura, eram geridos de forma autónoma pelas novas senhorias, que dispunham de poderes de jurisdição e podiam contratar funcionários para os seus domínios. A doação terminava aquando da respetiva morte, altura em que os bens regressavam à coroa, até serem de novo doados.

Apesar de as concessões serem diferentes, algumas terras começaram a ganhar uma identidade própria e a ser identificadas como as terras das rainhas. A vila de Óbidos tinha esse estatuto: recebeu o primeiro foral em 1326, das mãos da rainha santa Isabel, mulher de D. Dinis, figurava no dote de D. Leonor, passando depois para D. Filipa de Lencastre. Dentro das suas muralhas, preserva os encantos desses outros tempos. A história toda segue no vídeo que acompanha este artigo.

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Ficha Técnica

  • Título: As Rainhas - Leonor e Filipa
  • Tipologia: Extrato de Documentário
  • Autoria: Maria Júlia Fernandes
  • Produção: RTP
  • Ano: 2003