Na Casa da Liberdade de Mário Cesariny
Esta é a casa que tem o nome do poeta e pintor, militante da liberdade e do surrealismo. Mário Cesariny nunca aqui viveu, mas é neste espaço que o seu espírito inquieto permanece. Esta é a casa que nasceu de um sonho e se fez homenagem numa rua de Alfama.
A ideia surgiu e Mário Cesariny viveu-a como um sonho, um dos últimos sonhos do pintor e poeta que fez da matéria onírica a base de toda a sua produção artística. Criar um espaço vivo, em torno da sua figura, das suas obras, que transmitisse o seu amor pelas causas da liberdade e do surrealismo, movimento que ajudou a fundar em Portugal, em 1947. Era esse o propósito que se cumpriu sete anos depois da sua morte, em 2006, aos 83 anos.
Ficara decidido que a casa que iria nascer no número 13 da rua das Escolas Gerais, em Alfama. Chamar-se-ia a Casa da Liberdade, o nome que melhor lhe assentava e que ainda foi escolhido pelo poeta, pouco tempo depois de ter recebido a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, a única distinção que alguma vez se permitiu aceitar.
Com um espólio de milhares de peças e documentos, ali se encontram trabalhos icónicos de Cesariny e de um conjunto de outros artistas, nomes importantes do surrealismo português, como Cruzeiro Seixas, Carlos Calvet, Luiz Pacheco, Fernando Lemos, Isabel Meyrelles. Mais do que um museu, o espaço é dedicado “ao pensamento, às artes cénicas, à declamação, tertúlias e palestras”, como sublinha na peça Carlos Cabral Nunes, curador e amigo de Mário Cesariny, autor da ideia original. É ele quem nos guia numa curta visita à Casa da Liberdade, a única homenagem a gosto do pintor que queria ser livre no seu país.
Ficha Técnica
- Título: Ler+ ler melhor - A Casa da Liberdade de Mário Cesariny
- Tipologia: Extrato de Magazine Cultural
- Produção: Filbox produções
- Ano: 2013