“Dilema”, de António Cícero
Os poemas são para guardar. Não em cofres, mas sim como coisa à vista, para olhá-la, admirá-la, diz o poeta, filósofo e letrista de grandes canções, António Cícero, no seu poema inaugural do livro "Guardar". Seguimos o conselho do aclamado brasileiro carioca e guardamos "Dilema", lido por Kalu Epalanga no programa "Voz". Para ver, ouvir e ler, aqui.
Dilema
O que muito me confunde
é que no fundo de mim estou eu
e no fundo de mim estou eu.
No fundo
sei que não sou sem fim
e sou feito de um mundo imenso
imerso num universo
que não é feito de mim.
Mas mesmo isso é controverso
se nos versos de um poema
perverso sai o reverso.
Disperso num tal dilema
o certo é reconhecer:
no fundo de mim
sou sem fundo.
António Cícero
Temas
Ficha Técnica
- Título: "Voz"
- Tipologia: Programa de Poesia
- Autoria: Produções Fictícias
- Produção: até ao Fim do Mundo
- Ano: 2005