Fernando Pessoa: “Nevoeiro”

A 13 de junho teremos sempre o aniversário do senhor Pessoa para celebrar. Com os seus amigos mais íntimos, companheiros inventados que juntaram milhares de palavras às que escrevia em nome próprio. Cada poema de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis é mais um fragmento do eu genial que foi Fernando Pessoa. Nos 120 anos do nascimento do maior poeta do século XX português fez-se este encontro com a sua poesia simples, complexa, singular. Escolheram-se vozes diferentes para as Pessoas de Pessoa. Aqui temos Carlos do Carmo a dizer "Nevoeiro".

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a hora!

Mensagem. Fernando Pessoa.

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Ficha Técnica

  • Título: Pessoa, Pessoas
  • Tipologia: Programa de Poesia
  • Autoria: Inês Pedrosa
  • Produção: Casa Fernando Pessoa
  • Ano: 2008