Introdução à História da Maçonaria em Portugal
Sociedade secreta, ordem iniciática carregada de simbologia, a Maçonaria assenta em princípios imutáveis: liberdade, igualdade, fraternidade, lema que será adotado na Revolução Francesa. Fundada em Inglaterra no século XVIII, chega a Portugal pouco depois.
Os construtores do Templo de Salomão poderão ter sido os primeiros maçons da história. A lenda nunca foi comprovada, mas com toda a certeza podemos dizer que as raízes da maçonaria estão no mundo antigo, nas associações de artistas do Egito, Grécia e Roma e, mais tarde, nas corporações de pedreiros da Idade Média.
A maçonaria moderna viria a ser fundada em Inglaterra em 1717, quando quatro lojas se juntaram na Grande Loja de Londres. Em pouco mais de duas décadas, o movimento alastrou e a instituição passou a ser, juntamente com a igreja e a realeza, um dos três pilares da sociedade inglesa. Depois de ser implementada em França, chegou a Portugal em 1727, pelas mãos de um católico inglês que abriu a primeira loja em Lisboa. Todavia, foi preciso esperar mais alguns anos até a maçonaria portuguesa ganhar protagonismo, o que veio a acontecer no século XIX, com a criação do Grande Oriente Lusitano, onde começaram a agregar-se republicanos, laicos e socialistas.
Esta ordem iniciática (porque só aceita quem se sujeita a uma cerimónia de iniciação), ritualista, fraternal e universal, visa o aperfeiçoamento espiritual e moral dos seus membros, que têm a exigente missão de ajudar a construir uma sociedade justa e igualitária e de contribuir para o progresso da humanidade. Na base das obediências maçónicas estão a tolerância e o livre pensamento.
Os maçons, palavra que em francês significa pedreiro-livre, ficaram obrigados a manter segredo das suas atividades após terem sido perseguidos por se oporem ao regime absolutista. Historicamente com ligações à vida académica e à política, as lojas maçónicas serviram de palco a muitas conspirações e tem sido acusada de ser uma organização de elites. O lado secreto não foi tolerado por Salazar que, em 1935, proíbe a maçonaria em Portugal. As reuniões continuaram na clandestinidade, sendo Fernando Pessoa um dos grandes defensores desta instituição.
O historiador António Ventura lançou um manual para tentar explicar e esclarecer dúvidas sobre esta sociedade secreta, desde a sua fundação no nosso país até ao ano de 1986. Confessa aqui que não foi fácil escrever estas novecentas páginas de história, condicionada pela escassez de fontes e “pelo seu caráter nem sempre claro e, muitas vezes, contraditório.”
Ficha Técnica
- Título: Ler+ ler melhor - António Ventura "Uma História da Maçonaria em Portugal"
- Tipologia: Extrato de Magazine Cultural
- Produção: Filbox produções
- Ano: 2014