João da Câmara, a paixão pelas letras

O gosto pela literatura levou-o à paixão pela escrita. D. João da Câmara compôs o primeiro drama ainda aluno do colégio de Campolide. Escreveu dezenas de obras que o consagraram na dramaturgia e na poesia. Um autor multifacetado com raro sentido teatral.

D. João Gonçalves Zarco da Câmara (1852-1908), filho de nobres portugueses, descendente do navegador que descobriu a Madeira, está na história pelas muitas histórias que escreveu. Peças de teatro foram pelo menos 40, em estilos vários. Mas há também a poesia, as crónicas exemplares do jornalista que foi e o “Livro de Leitura” para as escolas de instrução primária que concebeu juntamente com Raúl Brandão e Maximiliano de Azevedo. E ainda foi engenheiro e professor da arte de representar, no Conservatório de Lisboa.

Aos 24 anos estreou-se como autor no teatro D. Maria com a comédia “Ao pé do fogão”. Já antes redigira dramas, monólogos em prosa e verso que mais o animavam do que as matérias obrigatórias na escola. Fez o curso de engenheiro do Instituto Industrial, dirigiu a construção de linhas de caminho de ferro, mas a viagem da sua vida fazia-a pela escrita, que levava aos palcos lisboetas, numa altura em que o público se reaproximava do teatro.

Tecia dramas históricos, óperas cómicas, comédia de costumes, farsas, monólogos, num estilo que oscilava entre  o romantismo,  o realismo, o naturalismo e, mais para o fim, o simbolismo. “D Afonso VI”, “Os Velhos”, “O Pântano”, “A Toutinegra Real”, “Cócó, Reineta e Facada”, “Rosa Enjeitada” são apenas algumas peças de uma carreira recheada de êxitos.

D. João da Câmara é considerado um dos maiores dramaturgos portugueses. As suas obras, como um dia escreveu Raúl Brandão, “ficarão no teatro porque são profundamente humanas”.

 

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Ficha Técnica

  • Título: Nome de Rua - D. João da Câmara
  • Tipologia: Programa
  • Autoria: Nunes Forte
  • Produção: Videofono
  • Ano: 1991