Malpica do Tejo, onde o rio muda de figura

O caudal estreita quando o rio passa de território espanhol para português. Situação recorrente, no Tejo, que prococa alterações preocupantes. Afeta a fauna, o território, e a paisagem ribeirinha que, outrora afundada, é cada mais visível.

Quando a chuva falta em Espanha, o rio diminui em Portugal. E é no Parque Natural do Tejo Internacional que as diferenças se acentuam a olho nu, onde dois espaços naturais protegidos, de características idênticas, mas com gestão diferenciada, disputam a água de que vivem. O Parque sob administração portuguesa ocupa uma área de 26.484 Hectares e engloba partes dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Nisa. Do lado espanhol abrange 11 municípios.

Com uma história comum, o Tejo português trava uma luta desigual. Espanha, onde nasce, tem a possibilidade de fechar as comportas das barragens. Portugal fica, de forma recorrente, com o caudal mais reduzido, ao ponto de áreas antes totalmente submersas ficarem a seco. Situação que afeta a economia ribeirinha, como o turismo, além de alterar o próprio ecossistema do parque, que em 2016 foi classificado pela UNESCO Reserva Natural da Biosfera.

A “Convenção de Albufeira” é o acordo para a gestão dos caudais dos rios partilhados pelos dois países. Para a bacia hidrográfica do Tejo são sistemáticos os apelos de revisão do acordo, de forma a evitar a diminuição acentuada dos níveis da água que se têm verificado ao longo dos anos. Um problema que assume proporções cada vez mais expressivas, tendo em conta as secas acentuadas registadas na Península Ibérica com o passar dos anos, fruto das alterações do clima.

Apontamentos sobre a seca de 2005
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Ficha Técnica

  • Tipologia: Reportagem
  • Autoria: António Nunes Farias
  • Produção: RTP
  • Ano: 2019