“O Banqueiro Anarquista”, de Fernando Pessoa
Este é o único conto que Fernando Pessoa conseguiu publicar em vida. A estranha figura do Banqueiro que se diz Anarquista, apareceu pela primeira vez em maio de 1922, no número de estreia da revista Contemporânea. Uma ideia original de um autor genial.
A contradição é evidente: capitalismo, revolução e bombas não combinam. Mas a personagem imaginada por Fernando Pessoa subverte os conceitos recorrendo à lógica dos que têm poucos escrúpulos.
Questionado por um velho amigo, o banqueiro anarquista diz que pratica o verdadeiro anarquismo, porque combate o sistema por dentro, aquilo que chama de «ficções sociais», que são a religião, o Estado, a família e, a maior, o dinheiro. Por isso, argumenta, decidiu ganhar muito dinheiro para não lhe sentir a influência. Confessa que não olhou a meios para atingir a liberdade individual; «empreguei tudo quanto há- o açambarcamento, o sofisma financeiro, a própria concorrência desleal».
A teoria do banqueiro anarquista desenvolvida no diálogo com o seu amigo, que serve de narrador neste conto publicado em 1922, é sintetizada aqui pelo poeta Arnaldo Saraiva.
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Ficha Técnica
- Título: Ler +. Ler Melhor - "O Banqueiro Anarquista", de Fernando Pessoa por Arnaldo Saraiva
- Tipologia: Extrato de Magazine Cultural
- Produção: Filbox produções
- Ano: 2011