O Corpo Humano – de Leonardo da Vinci à Inteligência Artificial
Leonardo da Vinci ultrapassa a fronteira da pele. Os desenhos anatómicos fundam a primeira época de cultura visual da medicina. A história da imagiologia médica prossegue em momentos determinantes com o microscópio, o raio-x e as imagens tridimensionais.
A natureza revestiu-nos com um escudo entre o exterior e o interior: a pele. A sua opacidade cria um manto de curiosidade, o que desde sempre transformou o nosso corpo num mistério. O funcionamento do organismo humano foi o grande motor para a criação de desenhos anatómicos. Em pleno Renascimento, Leonardo da Vinci destacou-se como o maior desbravador do corpo do Homem, ao juntar a anatomia ao desenho. Os seus estudos científicos foram inestimáveis para o avanço da medicina. Figura de múltiplos saberes, da matemática à engenharia, da música à botânica, foi ele quem deu os primeiros grandes passos para nos desvendarmos por dentro.
Outro grande salto rumo ao invisível dá-se com a invenção do microscópio, entre os séculos XVI e XVII. Surge o conceito celular e a medicina evolui ao conhecermos o nosso organismo com maior detalhe. Passamos a olhar através de um sistema de combinação de lentes que permitem ampliar em múltiplas vezes aquilo que que somos feitos. O salto seguinte, já no século XIX, vai passar pela câmara fotográfica e pelo raio-x. Aí está, numa imagem real, o avesso do nosso corpo.
Mas o ser humano prossegue no caminho do insondável. As técnicas e a forma como olhamos para dentro de nós são aprimoradas e a tecnologia vai dar permitir dar passos de gigante nesse propósito de alcançar o invisível. Ecografias, TAC’S e Ressonânias Magnéticas fazem parte do nosso dia a dia, dando maior rapidez e precisão aos diagnósticos na área da saúde. O salto do século XXI é induzido pela ação da IA (Inteligência Artificial) rumo à medicina de precisão.
Em poucos séculos, o Homem tem ultrapassado, passo a passo, todas as barreiras que sempre o impediam de se ver por dentro. O nosso corpo revela-se, hoje, na sua quase totalidade através de instrumentos e técnicas que permitem uma medicina cada vez mais rigorosa para fazer face a males antigos na área da saúde e desafios contemporâneos.