O fim de um regime
Logo que se percebeu que o golpe militar era de cariz anti fascista, o povo saiu à rua, contrariando os pedidos do MFA. Um dos destinos: a rua António Maria Cardoso, onde se situava a PIDE DGS. Mas os militares demoraram a chegar e houve tiroteios. Porquê?
O entusiasmo popular foi grande assim que se generalizou a ideia de um golpe militar contra o regime vigente. Um dos locais que mais juntou a afluência do povo foi a sede da PIDE, o rosto do terror vivido durante a ditadura. Contudo, a actuação militar sobre a PIDE não foi imediata, dando mesmo lugar a tiroteios e à morte de quatro pessoas, uma delas um elemento desta polícia, que tentava fugir. Otelo Saraiva de Carvalho explica, 25 anos depois, que a falta de intervenção imediata se dá por recuo de uma unidade de militares que para isso estava destinada e cuja comunicação de recuo se dissolve no tempo útil e nas circunstâncias da revolução, sendo tardiamente recebida. Luís Costa Correia, Capitão-Tenente à altura dos acontecimentos e quem liderou o cerco às instalações, fala da possibilidade dada, com o atraso que se verificou, à destruição de arquivos mantidos pela PIDE. Diz, contudo, que acredita terem sido destruídos, principalmente “ficheiros de informadores”.
Ficha Técnica
- Título: 25 de Abril de 1974
- Tipologia: Extrato de programa
- Autoria: Diana Andringa
- Produção: RTP
- Ano: 1999