Planeta A

Que futuro para a democracia?

Perigo de morte ou apenas um alerta? A normalização de discursos e atitudes radicais explica a impunidade perante o ódio e a agressividade. Como conter o crescimento dos movimentos populistas e nacionalistas que minam os valores da igualdade e do respeito pelo outro? Como salvaguardar direitos na era da pós-verdade, alimentada pelo poder das redes sociais e das fake news?

Uma democracia não adormece da noite para o dia. Ainda antes de o mundo começar a travar liberdades fundamentais em nome da pandemia da COVID-19, já havia mais autocracias do que democracias. Os exemplos estão à vista com o aumento da repressão na China, na Rússia, em Myanmar, no Sudão, na Venezuela. Mas também o coração da Europa foi atacado pelo vírus antidemocrático.

Na praça central de Varsóvia, na Polónia, dezenas de milhares de pessoas desfilam na marcha anual do Dia da Independência, organizada pela extrema direita e com o apoio do governo. Os sinais de tensão são evidentes: dezenas de petardos rebentam, avança a carga policial, instala-se o caos. O populismo era visto, pelos ocidentais, como algo próprio de zonas do mundo menos desenvolvidas. Ramifica-se, em pleno século XXI, para toda a parte.

A crise das democracias e o surgimento dos fascismos
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Tal como os nazis defenderam, há quase um século, na Alemanha, uma nação pura, hoje proliferam por todo o mundo ocidental discursos e ações contra minorias: islâmicos, movimentos LGBTIQ+, feministas, ciganos ou refugiados. A ONG Human Rights Watch nota que “à democracia já não basta ser o melhor dos piores sistemas se o desespero das populações levar à indiferença”.

Tem vindo a crescer, essa indiferença, face à incapacidade de partidos, governos e líderes. Estará a democracia, tal como a conhecemos, em falência? Em especial, os jovens parecem mais inclinados para fórmulas de cidadania ativa, na forma de exercer a política. Veja-se o caso português da plataforma digital MyPolis: em parceria com mais de uma dezena de municípios, recebe propostas, de qualquer cidadão, que são avaliadas e levadas à prática por decisores políticos regionais.

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Outra questão determinante é como salvaguardar a democracia numa era em que informação e desinformação se confundem como nunca? As redes sociais fomentam as fake news, determinantes em grandes momentos políticos, como o Brexit ou a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos da América. Mostram quanto a democracia exige uma defesa permanente dos seus pilares.

Porque é que as fake news ameaçam, em especial, as democracias?
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Ficha Técnica

  • Título: Planeta A - episódio 2, Instituições Democráticas
  • Tipologia: Documentário
  • Autoria: RTP e Fundação Calouste Gulbenkian
  • Produção: Até ao Fim do Mundo
  • Ano: 2022