Uma reportagem em quarentena
Estiveram em reportagem, em Itália - o epicentro da epidemia de Covid-19 na Europa - e voltaram, entretanto, a suas casas, em França. Os repórteres da RTP, Rosário Salgueiro e Jaime Guilherme, entraram imediatamente em quarentena e contam-nos como é viver e trabalhar em condições de total isolamento físico.
Rosário e Jaime já estão há 10 dias em isolamento total. Desde logo fazem notar como é importante manter rotinas. Horários para dormir e comer. Trabalhar, uma vez que hoje em dia muitas profissões permitem o trabalho à distância. Mostram também nesta reportagem, feita de forma pouco habitual, como ocupam o tempo livre. Rosário tem agora mais tempo para arrumar a casa e ler, Jaime prova-nos a importância da tecnologia que lhe permite um contacto permanente com a família de quem se afastou por opção. Comida? São abastecidos à porta de casa, mas sem qualquer contacto físico.
Ditam as regras sanitárias que deve ficar-se em quarentena sempre que se esteve em contacto com um doente ou portador da doença ou no local da infeção. Quarentena é a reclusão de pessoas pelo período máximo que a doença leva a incubar (tempo decorrido desde a exposição ao vírus até ao aparecimento de sintomas). No caso da Covid-19 este período é de 2 a 14 dias.
Conta a História que o termo vem do tempo da Peste Negra. No séc. XIV, Veneza era um dos principais portos comerciais europeus da rota da seda. Para se proteger da doença que dizimou milhões de pessoas, a cidade italiana impôs um período de isolamento de quarenta dias a todos os que vinham nos navios que atracavam nos portos da cidade. Foi assim que nasceu o termo quarentena, que subsiste até hoje independentemente do número de dias.
A Direção Geral de Saúde (DGS) explica que “a diferença entre a quarentena e o isolamento parte do estado de doença do individuo que se quer em afastamento social. Quarentena é utilizada em indivíduos que se pressupõe serem saudáveis, mas possam ter estado em contacto com um doente confirmadamente infecioso. O isolamento é a medida utilizada em indivíduos doentes, para que através do afastamento social não contagiem outros cidadãos. Estas medidas de afastamento social são das medidas mais efetivas para quebrar as cadeias de transmissão, e por isso utilizadas pelas Autoridades de Saúde para minimizar a transmissão da COVID-19.”
(saiba mais em https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-0102020-de-16032020-pdf.aspx)
