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A arquitetura, a escultura e a cerâmica gregas

A arquitetura, a escultura e a cerâmica gregas

Os gregos marcaram profundamente a arte ocidental verificando-se até aos nossos dias cópias ou criações artísticas neles inspiradas. Estas evidenciam a harmonia, a proporção e o equilíbrio, sendo que na escultura a procura do real desenvolveu características naturalistas. A pintura chegou-nos através da cerâmica em que as representações mitológicas e do quotidiano eram as mais usuais. O ideal grego foi tão apreciado que o designamos por arte clássica.

O legado artístico grego manifesta um ideal de representação que nos possibilita apreciar obras arquitetónicas, escultóricas e cerâmicas de um valor inegável para a compreensão da civilização grega. As criações artísticas gregas expressam a procura da harmonia, do equilíbrio e da ordem, sinónimos de perfeição. Enaltecia-se e valorizava-se o ser humano, enquanto obra perfeita dos deuses, em todas as dimensões da vida, fosse nas criações artísticas ou festividades em honra dos deuses.

A construção de edifícios públicos, templos, escultura, cerâmica e pintura refletem os diferentes períodos de desenvolvimento da arte grega. Na arquitetura, as edificações estavam muito associadas à vida religiosa e cívica. A acrópole das cidades estado era o local mais elevado onde se encontravam os templos e edifícios públicos. Os edifícios de caráter cívico, como templos, teatros, estádios serviam para honrar os deuses gregos.

A harmonia e perfeição eram, também, sinónimo da obra dos deuses. Os templos gregos apresentavam normalmente planta retangular, embora também existissem os de planta circular. As colunas e os seus capitéis definiam as ordens arquitetónicas: dórica, jónica e coríntia, de acordo com a evolução do estilo arquitetónico e artístico. As ordens arquitetónicas identificavam-se por um conjunto de regras a partir das quais se construíam os edifícios. Destacam-se duas: dórica, uma ordem arquitetónica mais sóbria, em que as colunas não apresentam uma base e os capitéis não têm ornamentos; a jónica, mais delicada em que as colunas são mais estreitas, apresentam uma base e o capitel surge-nos em forma de espiral. A coríntia, uma variante da jónica, era utilizada, principalmente para evidenciar os efeitos decorativos, daí o capitel nos surgir com uma decoração mais elaborada, sobretudo com folhas de acanto, uma planta vulgar que ainda hoje podemos encontrar junto à acrópole ateniense. Estas três ordens surgem na fachada dos templos.

O mármore era o material mais utilizado. Os edifícios e as estátuas eram cobertos com cores fortes e contrastantes.

 

Escultura

Tal como na arquitetura, também a escultura obedece a regras para a sua execução, designadas de cânones.

Neste âmbito destacam-se os cânones de Policlito e o de Lisipo. O primeiro, como forma de alcançar a harmonia e a proporção ideal, definia que o corpo da estátua tinha de apresentar sete vezes a altura da cabeça. As representações apresentavam robustez e elegância.  Quanto ao segundo, a proporcionalidade ideal do corpo tinha de representar oito vezes a altura da cabeça. Os corpos surgiam mais esbeltos e esguios.

A representação de deuses e seres humanos, expressa naturalismo e harmonia e a maioria das estátuas eram feitas em bronze.

Era necessário conhecimento técnico no trabalho em mármore e em bronze e um conhecimento muito preciso da anatomia do corpo humano para que as criações expressassem realismo e naturalismo. Observam-se estas criações também nos baixos relevos que surgiram associados a frontões de edifícios públicos, a estelas funerárias, legislativas ou de agradecimento aos deuses.

As representações em mármore, como as estátuas, relevos escultóricos e estelas funerárias eram pintadas com cores que faziam sobressair os pormenores associados às vestes, aos rostos, aos cabelos e ornamentos. A partir do século IV a. C. desenvolve-se uma corrente artística associada ao naturalismo, sendo o movimento uma das suas principais características. Fídias, Policleto, Míron e Praxíteles foram os escultores mais representativos da escultura grega.

 

Cerâmica e Pintura

A produção de vasos e pratos ligados a atividades domésticas, para uso diário ou decoração, representavam a vida dos heróis, cenas mitológicas, festividades religiosas e a vida quotidiana. As cores utilizadas eram fundamentalmente o vermelho vivo, o vermelho ocre e o preto.

Estas cores foram utilizadas de forma distinta em dois períodos da história da arte grega, marcando, desta forma, a periodização das peças de cerâmica. As peças da fase mais antiga surgem com fundo vermelho e figuras desenhadas a negro de forma estilizada. A fase mais recente, a partir de meados do século VI a. C., surge em oposto: fundo negro e figuras vermelhas apresentadas de um modo mais realista. É através da cerâmica e de pintura tumulária que nos chegaram as melhores representações destas criações artísticas.

A arte produzida entre o século V e IV a. C. ficou conhecida como arte clássica, estilo que constitui um modelo seguido até aos nossos dias.

Síntese:

  • A arquitetura grega estava associada à vida religiosa e cívica.
  • A partir do século IV a. C. a escultura que expressava a harmonia e proporção enquanto ideal de perfeição, evidencia o naturalismo enquanto corrente artística.
  • A pintura é nos dada a conhecer principalmente através da cerâmica produzida.
  • A arte produzida entre o século V e IV a. C. ficou conhecida como arte clássica estilo de arte que constitui um modelo seguido até aos nossos dias.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Identificar as principais características da arquitetura, da escultura e da cerâmica gregas.
  • Autoria: Associação de Professores de História/ Marta Torres
  • Produção: Associação de Professores de História/
  • Ano: 2021
  • Imagem: Cabeça de estátua de mulher grega. Autor desconhecido.