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Conhecer a teoria da Tectónica de Placas

Conhecer a teoria da Tectónica de Placas

A formulação da teoria da Tectónica de Placas remonta à década de 60 do século XX. Esta é a teoria unificadora da Geologia, combinando e integrando aspetos tão diversos como a origem das cadeias montanhosas e dos oceanos, dos sismos e dos vulcões, entre muitos outros processos, como resultado da movimentação das placas tectónicas (=litosféricas). 

A teoria da Tectónica de Placas estabelece que o planeta Terra é constituído por uma camada rochosa superficial rígida, a litosfera, que está dividida em várias porções – as placas tectónicas ou litosféricas. Assim, uma placa tectónica corresponde a uma porção da litosfera que contacta com as placas envolventes, através de diferentes tipos de limites entre elas. 

Uma das consequências deste movimento das placas é o próprio movimento dos continentes que elas comportam, daí resultando, entre outras situações, a formação de cadeias montanhosas e a abertura ou fecho de mares e oceanos. Por outro lado, ao nível dos limites entre as diferentes placas regista-se grande atividade sísmica e vulcânica, devido à intensa deformação das rochas que ali se verifica. Por estes motivos, a forma dos atuais continentes está em lenta e constante transformação. 

Os limites de placas podem ser classificados, segundo o critério do movimento relativo entre placas, em: 

  1. a) Limites divergentes– aqueles ao longo dos quais ocorre o movimento de afastamento entre duas placas, provocado por tensões distensivas. Estas tensões originam estruturas geológicas conhecidas como rifte – fraturas situadas ao longo e no seio da dorsal média oceânica, através da qual emergem magmas responsáveis pela formação de novas rochas basálticas, aquelas que constituem as placas litosféricas oceânicas.  Por este facto, este pode ser também chamado de limite construtivo. Um exemplo deste limite é aquele que separa a placa euroasiática da placa norte americana, originando o afastamento entre os continentes europeu e norte americano, com o consequente crescimento do oceano atlântico. 
  2. b) Limites transformantes– aqueles ao longo dos quais duas placas se deslocam paralelamente uma em relação à outra, em sentidos opostos, em resultado de tensões de cisalhamento. Neste tipo de limites não se verifica a destruição das rochas, por fusão, nem a formação de novas rochas, motivo pelo qual também são designados por limites conservativos. Um bom exemplo deste tipo de limite é a falha de Santo André, na península da Califórnia (EUA). 
  3. c) Limites convergentes– aqueles ao longo dos quais ocorre o choque entre placas. No entanto, neste caso, podem verificar-se diferentes situações, de acordo com o tipo de placas em causa.  
  4. i) Choque entre duas placas oceânicas – forma-se uma zona de subducção, isto é, uma zona de afundamento de uma dessas placas oceânicas (a mais densa delas) em profundidade na Terra, originando uma depressão entre as duas placas – a fossa marinha. Essa destruição por fusão em profundidade origina material magmático que, ascendendo sobre a outra placa oceânica, origina cones vulcânicos que podem originar arcos de ilhas vulcânicas (=arcos insulares). É o caso do arquipélago das Filipinas. 
  5. ii) Choque entre uma placa oceânica e uma placa continental – neste caso, a placa que afunda é sempre a placa oceânica, basáltica, pois sendo menos espessa é, contudo, mais densa do que a placa continental de constituição granítica. Enquanto a placa oceânica sofre subducção, a placa continental sofre enrugamento, originando cadeias montanhosas na periferia desse continente. O material magmático resultante da destruição de rochas em profundidade, por fusão (por hidratação), pode entretanto ascender sobre a placa continental, formando vulcões sobre a cadeia montanhosa entretanto criada, como é o exemplo dos Andes, na américa do sul.  

Pelo facto de se verificar destruição de rochas por fusão em profundidade, os casos i) e ii) são também chamados de limites destrutivos. 

 iii) Choque entre duas placas continentais – nesta situação não se forma uma zona de subducção, uma vez que a placa continental granítica, menos densa que os materiais inferiores, não sofre afundamento. Assim, verifica-se a colisão e o enrugamento de ambas as porções continentais, originando cadeias montanhosas no interior dos continentes, tal como os Himalaias. 

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Em resumo:

  • a litosfera está dividida em diferentes partes, cada uma delas designada por placa tectónica ou litosférica;
  • os limites entre as diferentes placas tectónicas são de 3 tipos, de acordo com a movimentação dessas placas: divergentes, transformantes e convergentes. No entanto, também podem ser chamados de limites construtivos, conservativos e destrutivos, de acordo com o que acontece às rochas nesses limites.
  • os limites divergentes estão associados a riftes no interior de dorsais; os limites convergentes estão associados a fossas marinhas, depressões oceânicas sob as quais se encontram as zonas de subducção de placas.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Conhecer a teoria da Tectónica de Placas (placa litosférica, limites divergentes, convergentes e transformantes/conservativos, rifte e zona de subducção, dorsais e fossas oceânicas).
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: foto de Tima Mirochnischenko no Pexels