Geologia
Interpretar situações de falha: normal; inversa e desligamento
As falhas são estruturas que resultam da fraturação das rochas, seguida de movimento dos blocos formados, em resultado da atuação de tensões distensivas, compressivas e de cisalhamento. É o tema que vamos desenvolver, neste explicador.
As falhas correspondem a fraturas nas rochas, seguidas do movimento dos blocos formados. Estas estruturas geológicas formam-se em resultado de tensões (compressivas, distensivas e de cisalhamento) que atuam sobre as rochas, em regime frágil/rígido (quando as rochas se deformam partindo, em resultado das tensões que atuam sobre elas, quando o seu limite de elasticidade é ultrapassado, originando fraturas e falhas). As falhas são as estruturas geradoras da atividade sísmica.
As falhas podem ser classificadas segundo diferentes critérios. Falhas ativas são aquelas nas quais se registou movimentação nos últimos 11.000 anos. Aquelas das quais não se conhece movimentação acima desse tempo são designadas por falhas inativas, que correspondem à maior parte dos casos.
O principal critério de classificação das falhas corresponde, contudo, à classificação do movimento relativo dos blocos ao longo do plano de falha, de acordo com as tensões que lhes deram origem:
- Falha inversa – quando o teto sobe sobre o muro, ao longo do plano de falha inclinado, em virtude de tensões compressivas, verificando-se o encurtamento da distância entre pontos situados em blocos opostos (encurtamento crustal).
- Falha normal – quando o teto desce sobre o muro, ao longo do plano de falha inclinado, em virtude de tensões distensivas, verificando-se aumento da distância entre pontos situados em blocos opostos (extensão crustal).
Nos dois tipos de falhas anteriores, uma vez que o plano de falha é inclinado, o movimento dos blocos faz-se ao longo do plano de falha, para cima ou para baixo, paralelamente ao pendor. Em alguns casos pode existir alguma componente de movimentação segundo o plano horizontal (movimento paralelo à direção da falha.
c. Desligamentos – quando os blocos separados pelo plano de falha, que é vertical, se movimentam horizontalmente, paralelamente à direção do plano de falha, para lados opostos, para a direita ou para a esquerda um em relação ao outro, em virtude de tensões de cisalhamento.
Os elementos geométricos que constituem uma falha são:
- Teto – bloco rochoso situado acima do plano de falha.
- Muro – bloco rochoso situado abaixo do plano de falha.
- Plano de falha – plano de fratura ao longo do qual ocorre o movimento relativo dos blocos resultantes (Teto e Muro).
- Rejeto ou rejeito da falha – corresponde à medida do deslocamento verificado entre os blocos separados pela falha ou, ainda, corresponde à distância entre dois pontos que estavam juntos antes da falha ter ocorrido.
- Direção da falha – corresponde ao ângulo entre a linha do norte e a linha resultante da interseção do plano horizontal com o plano de falha. Varia entre os 0 e os 90 graus para este ou para oeste.
- Pendor da falha – corresponde ao ângulo entre o plano horizontal e o plano de falha. Varia entre os 0 e os 90 graus.
Em resumo:
- as falhas são estruturas que resultam da fraturação das rochas, seguida de movimento dos blocos formados, em resultado da atuação de tensões distensivas, compressivas e de cisalhamento;
- as falhas são classificadas, segundo o movimento relativo dos blocos, em normal, inversa e desligamento;
- numa falha podem ser identificados diferentes elementos geométricos: teto, muro, plano de falha, rejeto/rejeito e ainda a direção e o pendor da falha.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Interpretar situações de falha (normal/ inversa/desligamento) salientando elementos de falha e tipo de tensões associadas.
- Área Pedagógica: Geologia
- Tipologia: Explicador
- Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
- Ano: 2020
- Agradecimentos: Professor Doutor Fernando Carlos Lopes (CITEUC; DCT-UC)
- Imagem: Fotografia de Şeyda Nur Yüce, Pexels.