Chegar refugiado e ficar como português

Vieram por razões e em momentos diferentes, mas Gustavo Zenkl e Ilse Losa são exemplos de refugiados que chegaram a Portugal por causa da II Guerra Mundial. O primeiro proveniente da Áustria, e a segunda da Alemanha, acabaram por ficar no país que os acolheu no momento mais difícil das suas vidas.

Ilse Lieblich, filha de judeus, chegou a Portugal em 1934, fugindo com a mãe da repressão nazi. Devido à sua religião tinha sido presa, interrogada e ameaçada de ser enviada para um campo de concentração.

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A fuga para longe da Alemanha foi a escolha óbvia e Portugal surgiu como destino porque já cá vivia um irmão. Ilse casaria mais tarde com o arquiteto Arménio Taveira Losa e ficaria conhecida como escritora e tradutora.

No final da mesma guerra chegou a Portugal Gustavo Zenkl, uma criança austríaca que, como milhares de outras, veio para Portugal integrado num programa da Cáritas para fugir à destruição do seu país.

Cerca de 5500 crianças austríacas foram aqui acolhidas após a guerra. Pretendia-se com esta iniciativa aliviar os pais durante alguns meses para que estes pudessem reconstruir a vida e criar condições para viverem em família.

A maior parte destas crianças regressaram para junto dos seus, mas não Gustavo que, adotado pela família Infante da Câmara, viria a ser conhecido como cavaleiro tauromáquico.

Esta reportagem foi realizada em 1992, numa altura em que Portugal estava a acolher uma vaga de refugiados originários da Bósnia-Herzegovina, sendo feitas algumas referências a esse facto.

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Ficha Técnica

  • Título: Refugiados de guerra em Portugal
  • Tipologia: Reportagem
  • Autoria: Hélder Antunes
  • Produção: RTP
  • Ano: 1992