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A importância das cidades-estados gregas na fixação das populações e na relação com outros povos

A importância das cidades-estados gregas na fixação das populações e na relação com outros povos

As características geográficas do território grego terão contribuído para a formação de comunidades urbanas que adotaram o sistema político de cidade estado. No século V. a. C. destacaram-se as cidades estado de Atenas e de Esparta. Apesar dos diferentes sistemas políticos e das rivalidades existentes, os gregos identificavam-se como uma unidade cultural pelo uso de língua, usos, costumes e religião que partilhavam, designando-se por helenos.

Os povos que habitavam o sul da atual península balcânica e as ilhas ao redor, nos mares Egeu e Jónio, bem como na zona junto ao litoral da atual Turquia, deram origem ao que designamos por povos gregos. A Grécia Antiga era constituída pela Grécia Continental (atual península Balcânica) pela Grécia Insular (ilhas do mar Egeu) e pela Grécia Asiática (litoral da Ásia Menor).

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Chamavam-se a si mesmo de helenos pois viviam na região da Hélade que, mais tarde, os romanos designaram de Grécia. Resultaram de migrações de povos que se formam fixando e misturando com as populações locais, dando origem a um povo com uma grande diversidade étnica e cultural.

Durante o 2.º milénio a. C., chegaram os aqueus, um povo de origem indo europeia. Cerca de 1200 a. C. novas vagas migratórias surgiram, vindos do mar, com os Dórios, os Jónios e os Eólios. Estes povos tinham formas de organização política e social diferentes entre si. Desta diversidade constituiu-se, no entanto, uma mesma língua, religião, cultura, usos e costumes, que deu origem aos Helenos. Esta designação – Helenos – teve origem na crença de os Gregos se considerarem os descendentes de Hélen. Este seria o filho de um sobrevivente de um dilúvio, provocado por Zeus, descontente com as atitudes de maldade e ódio por parte dos Homens.

A organização política que surgiu em algumas regiões da Grécia Antiga, a cidade-estado estado, teve, entre outros fatores determinantes, as características geográficas do território, nomeadamente o relevo montanhoso. Para além das características montanhosas que evidenciava, a costa litoral recortada não facilitava a comunicação terrestre entre as diferentes regiões contribuindo para o aparecimento de pequenas comunidades que, pela sua proximidade geográfica, relações económicas, políticas ou militares, se uniram, dando origem a cidades-estado.

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A opção de se organizarem em pequenas comunidades com características urbanas, produziu diferentes sistemas de governo. A maioria explorava a terra, dedicando-se à agricultura. O seu território era constituído por um núcleo urbano e zonas rurais circundantes, podendo ainda incluir outras cidades. Cada cidade estado, era independente das outras e apresentava dimensões variáveis. As suas dimensões deviam permitir a autossuficiência no que respeita a alimentos, produção artesanal e para a defesa externa e interna da pólis. Possuía um governo, leis, calendários religiosos, um sistema de medidas e unidades de peso e moeda próprios, assim como uma divindade protetora que a caracterizava, enquanto estado independente.

O aumento populacional, a pobreza do solo e a necessidade de melhores condições de vida motivou a saída dos gregos das suas cidades estado, na procura de outras terras e  recursos. Entre os séculos VIII e VI a. C. fundaram inúmeras colónias na bacia do Mediterrâneo e no mar Negro. A sua influência estendeu-se desde o sudeste da península Ibérica, norte de África, Sicília, sul da península Itálica até ao sul  da atual Ucrânia. As colónias gregas, apesar de se tornarem cidades independentes, mantinham estreitas ligações, principalmente através das relações comerciais que estabeleciam, com a cidade de origem dos colonos, ou seja a metrópole. Esta relação entre colónias e metrópoles estreitava os laços culturais entre ambas, partilhando uma identidade comum, através da religião, usos e costumes. Assim os fatores de união do mundo grego estendiam-se às colónias.

Ao longo dos séculos as pólis não mantiveram sempre o mesmo prestígio e unidade. As rivalidades entre estas eram constantes. Uma das polis mais importantes do mundo grego foi a ateniense. No entanto, até ao final do século VI a.C. Atenas era ainda uma pequena cidade-estado, não rivalizando com outras urbes como Esparta, Mileto Éfeso, Coríntio, entre outras. No século V. a. C., com o desenvolvimento do Pireu, que se tornou o centro económico de Atenas, esta transformou-se uma das cidades-estado estado mais poderosas do mundo grego.

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O pleno desenvolvimento de Atenas dá-se por volta dos anos que precederam a guerra do Peloponeso, através das construções mandadas edificar por Péricles e os seus sucessores na Acrópole, o teatro de Dionisio e a Ágora. Outra cidade estado que dominou no mundo grego foi Esparta que desenvolveu um sistema político com características opostas às de Atenas: diarquia, ou seja, uma monarquia dual.  Estas duas cidades estado, em meados do século V a. C são rivais e predominam no território da Hélade.

Síntese:

  • O povo grego apresentava uma diversidade étnica variada resultado da união com povos invasores.
  • O sistema político de cidade estado não era inovador, existindo em outras regiões, nomeadamente na Fenícia que apresentavam características mercantis ao contrário das gregas, essencialmente agrícolas.
  • A procura de novas terras, recursos e melhores condições de vida, foram fatores determinantes para a expansão grega pelo mediterrâneo, fundando inúmeras colónias.
  • No século V a. C. as cidades estado de Esparta e de Atenas eram das mais poderosas do mundo e rivalizavam entre si.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Localizar no espaço e no tempo as principais cidades-estados gregas e os povos com quem estabeleceram contactos. Relacionar a adoção do modelo de cidade-estado com as características do território e com a fixação de grupos humanos no espaço da Antiga Grécia.
  • Autoria: Associação de Professores de História/ Marta Torres
  • Produção: RTP/ Associação de Professores de História
  • Ano: 2021
  • Imagem: Ruínas de Corinto, Grécia. Ploync