Diferença entre orações completivas e orações relativas
Sabes qual é a diferença o pronome relativo QUE e a conjunção integrante QUE? Como se distinguem as orações relativas e as orações completivas? Para percebermos a diferença entre as orações relativas e as orações completivas, importa conhecer as características entre o pronome relativo QUE e a conjunção integrante QUE. Vamos a isso!
PRONOME RELATIVO QUE
• Desempenha uma função sintática e introduz uma oração relativa.
• Pode ser substituído por outro relativo, nomeadamente o/a qual, os/as quais.
• Segue sempre um nome, quase sempre concreto.
• A oração que introduz pode ser omitida sem que a frase fique incorreta.
CONJUNÇÃO INTEGRANTE QUE
• Não desempenha uma função sintática e introduz uma oração completiva.
• Não pode ser substituído pelo relativo o/a qual, os/as quais.
• Completa o sentido de um verbo, de um nome (normalmente abstrato), ou de um adjetivo, daí a designação integrante (integra = completa)
• A oração que introduz não pode ser omitida.
Observa os seguintes exemplos:
(1) A vizinha apanhou as crianças que tocaram à campainha.
(2) A vizinha tem a certeza de que tocaram à campainha.
Na frase (1), QUE é um pronome relativo, e na frase (2), QUE é uma conjunção integrante. Podemos comprovar esta afirmação através dos seguintes testes sintáticos:
– Teste da substituição por o/a qual, os/as quais:
(a) A vizinha apanhou as crianças as quais tocaram à campainha.
(b) A vizinha tem a certeza de as quais tocaram à campainha.
Este teste mostra-nos que, uma vez que podemos substituir a palavra QUE pelo relativo QUAL na frase (a), então, trata-se de um pronome relativo, logo, a oração que introduz é uma oração relativa. Pelo contrário, na frase (b) não é possível substituir a palavra QUE pelo relativo QUAL, pelo que se conclui que não se trata de uma oração relativa.
– Teste da omissão:
(c) A vizinha apanhou as crianças. (frase correta)
(d) A vizinha tem a certeza de. (frase incorreta)
Este teste mostra-nos que, uma vez que podemos omitir a oração que tocaram à campainha na frase (c), estamos perante uma oração relativa. Pelo contrário, na frase (d) não é possível omitir essa oração, pelo que se conclui que se trata de uma oração completiva.