A Arte da Cura
A Peste Negra e outras grandes pragas da História
É com a peste negra que se assinala a primeira guerra biológica. O mundo confronta-se, no século XIV, com o grande medo da doença que chega da Ásia à Europa e contra a qual se luta com isolamentos, máscaras e ervas aromáticas. A praga que marca de forma brutal a Idade Média ainda hoje subsiste.
Durante séculos acreditou-se que a doença surgia por geração espontânea. As epidemias sucediam-se. A peste negra dizima, na sua segunda grande epidemia, parte da população mundial, no século XIV. Hipócrates – considerado o pai da medicina -, sempre suspeitou da relação entre doença e meio ambiente e foi esse o foco de médicos que acabaram por ser peças essenciais no repensar de cidades, como é o caso do português Ribeiro Sanches na reconstrução da Lisboa pós-terramoto.
Mas é o século XIX, conhecido como o século de todas as epidemias, que obriga a reorganizações constantes da saúde pública, perante grandes contágios de tifo, sífilis, febre de malta ou de tuberculose que atinge indiscriminadamente todas as classes sociais. O avanço de utensílios e métodos científicos permitem novas abordagens, mas o século XX, como vemos neste excerto d’A Arte da Cura, arranca com uma mortandade histórica: a gripe pneumónica.
Em pleno século XXI, a pobreza continua a esgotar sistemas imunitários, as alterações climáticas não dão tréguas, competimos por recursos, e sempre que nos infetamos usamos a criatividade para ganhar a luta ancestral entre o mundo visível e o invisível. Repare, no vídeo seguinte, como é numa era super tecnológica que os microrganismos se revelam, mais uma vez, detentores de um poder deveras superior para desafiar em permanência as capacidades humanas.