O aumento do custo de vida na I Guerra Mundial
A guerra arrastou a economia portuguesa para uma crise profunda, tirando da mesa dos portugueses pão, carne ou batata. Estes problemas degeneraram, em 1917, numa série de revoltas populares que culminaram no golpe de Sidónio Pais no final do ano.
A falta de bens essenciais criou problemas sociais em toda a Europa durante o período da guerra e o mesmo aconteceu em Portugal, especialmente, a partir de 1917, quando o custo de vida subiu 200 por cento em relação ao ano anterior, enquanto os ordenados se mantinham baixos.
Subiram também os assaltos e os roubos, especialmente, a padarias e mercearias na busca de bens de consumo que se mantinham a preços altos, graças aos negócios que a própria guerra proporcionava.
O governo liderado por Afonso Costa tentou combater a situação pedindo mais bens aos seus aliados e apostando na criação de apoios sociais, asilos e cantinas sociais. Há também esforços privados com os do Jornal “O Século” que cria a sopa dos pobres.
Apesar de todas estas iniciativas continuou a faltar pão, carvão, gás, papel e tantos outros produtos. Para combater a fome cresceu o consumo de batata, mas quando os comerciantes aumentaram os preços deu-se um revolta popular de grandes proporções.
A “Revolta da Batata”, como ficaram conhecidos os confrontos de Maio de 1917, causou dezenas de mortes. O Governo foi obrigado a implementar o Estado de Sítio.
Mesmo assim o caos persistiu com uma sucessão de greves que a imprensa acompanhou de forma persistente. Impuseram-se a censura dos jornais e prenderam-se jornalistas, mas Afonso Costa não conseguiu controlar a situação.
A constante instabilidade contribuiu para, em dezembro de 1917, acontecer a revolta que conduziu ao poder Sidónio Pais.
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Ficha Técnica
- Título: Postal da Grande Guerra - O aumento do custo de vida
- Tipologia: Programa
- Autoria: Sílvia Alves
- Produção: RTP
- Ano: 2018