Arte-xávega, a vida piscatória da Costa de Caparica
Trata-se de um tipo de pesca ancestral, praticado entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha desde o século XVIII. O historial e as características peculiares desta arte, classificada Património Cultural Imaterial Nacional, são a matéria do documentário.
Com origem na zona centro do país, aquando da erosão natural da ria de Aveiro e por via das migrações forçadas da população, esta técnica acabaria por enraizar-se na margem sul do Tejo. Entre a Trafaria e a Fonte da Telha, várias comunidades piscatórias deram forma a uma arte de pesca de cerco, envolvente e coletiva, que se mantém até hoje com jovens que insistem em preservar a tradição passada pelos seus pais e avós.
Cada companha – grupo de pescadores afetos a uma embarcação – pode integrar até 20 pessoas organizadas em tripulação de mar e de terra. A partir do barco, lança-se ao mar a arte composta por várias malhas e redes que depois são puxadas para a praia formando uma parede na água que conduz o peixe para as mangas. Pesca-se sobretudo entre março e outubro – sardinha, carapau, cavala, mas também lula e robalo -, por vezes ainda com a tradição da venda logo que chega à praia.
Neste documentário acompanhamos a vida de várias comunidades ao longo de toda a Costa de Caparica onde os pescadores, gente de fé e de coragem, mostram como é hoje a Arte-xávega, em comparação com o século passado. Os saveiros meia-lua só na década de 70 deram lugar aos barcos a motor e até meados dos anos 90, as redes eram puxadas à mão. Contam também como mudou a vida ao serviço desta arte depois das praias terem sido entregues ao turismo e aos desportos aquáticos.
Ficha Técnica
- Título: Arte Xávega
- Tipologia: Documentário
- Produção: Promoment
- Ano: 2020