Árvores antigas, reservatórios de memórias e de carbono
As árvores são elementos fundamentais dos ecossistemas. Servem e vivem em simbiose com uma enorme variedade de espécies. Estes gigantes verdes fazem também parte da memória coletiva dos locais. Conheça, no magazine Biosfera, algumas das árvores emblemáticas de Portugal.
As árvores antigas e de grande porte relacionam-se com uma imensidão de outras espécies. Para além da sombra que promovem, alimentam a fauna, ajudam a drenar os solos e são morada de aves, mamíferos e insetos. Conseguimos vê-los, muitas vezes, no interior de troncos, ocos, onde se criam verdadeiros ecossistemas. Ao nível das raízes, imperam as relações simbióticas. Por exemplo, os açúcares produzidos pelas folhas, durante a fotossíntese, viajam até às raízes e servem de alimento a fungos. Estes, por sua vez, ajudam a árvore na absorção de água e de minerais como o azoto e o fósforo. Uma árvore é um mundo que merece ser protegido.
Reservatórios de dióxido de carbono e de memórias, de folha caduca ou perene, centenárias ou mesmo milenares, as árvores antigas não só desempenham um papel central para os ecossistemas, como fazem parte da memória coletiva. A árvore mais velha do mundo está sinalizada nos Estados Unidos da América – um pinheiro com mais de cinco mil anos.
Em Portugal, de acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), as árvores mais antigas são três oliveiras com idades entre os dois e os três mil e 500 anos. A mais ancestral encontra-se na aldeia de Cascalhos, no concelho de Abrantes – a Oliveira do Mouchão, que, apesar da idade, continua a produzir azeitonas – e as outras encontram-se em Santa Iria da Azóia e em Monsaraz.