D. António, Prior do Crato e defensor de Portugal
Estava destinado à vida eclesiástica mas abraçou com a espada a causa da pátria. D. António participou nas expedições em África, foi pretendente à Coroa, e lutou até ao fim contra o domínio filipino. Chegou a ser aclamado "defensor de Portugal".
A educação do filho bastardo do infante D. Luís é confiada a monges, padres, cardeais e a outros grandes mestres das Artes, das Humanidades e da Teologia. O pai quer vê-lo na realeza do clero, porém António não se sente talhado para a carreira eclesiástica. Ainda recebe o priorado do Crato, um dos mais ricos do reino, mas a morte do pai liberta-o do dever e logo recusa a ordenação de presbítero. O cardeal- regente D. Henrique, seu tio, reprova a nova vida do sobrinho. D.António retira-se várias vezes para Castela.
A partir de 1568 , D. António participa em missões de combate no norte de África, recebe o título de governador de Tânger e conquista a estima do rei, D. Sebastião. Acompanha o jovem monarca na batalha de Alcácer-Quibir, onde é feito prisioneiro e libertado após convencer os mouros de que não passava de um pobre padre. Regressado a Lisboa, começa a fase mais política da sua vida.
Com a independência de Portugal cada vez mais ameaçada pelos espanhóis, D. António toma a liderança de um dos partidos nacionais que se opõe à unificação dos dois países. Tudo se precipita com a morte do rei-cardeal, seu velho tio, que sucedeu a D. Sebastião.
O pretendente espanhol, D. Filipe II, conta com o apoio de muitos nobres portugueses que vai sabendo aliciar. O prior do Crato declara-se pretendente à Coroa mas não tem tropas nem dinheiro para impedir a invasão castelhana. Chega a ser aclamado rei na vila de Santarém, mas acaba vencido na batalha de Alcântara a 25 de Agosto de 1580. Foge primeiro para o norte do país, mais tarde para França e por fim para Inglaterra. Durante alguns anos é procurado vivo ou morto.
No exílio angaria auxílio militar para a sua causa: restaurar a independência. A ilha Terceira, nos Açores, é o seu reduto e, até ao fim, faz resistência aos castelhanos. Apesar das incursões, D. António não consegue libertar Portugal, que fica nas mãos dos Filipes durante sessenta anos.
O programa que aqui mostramos faz uma pequena biografia de D. António, a partir de algumas ruas que receberam o nome do Prior do Crato com o enquadramento histórico do professor universitário Marques Bessa.
Ficha Técnica
- Título: Nome de Rua - D. António Prior do Crato
- Tipologia: programa
- Autoria: Nunes Forte
- Produção: Videofono
- Ano: 1991