Jane Austen, precursora do romance inglês do século XIX
Nos livros de Jane Austen há sempre uma intriga amorosa recompensada com final feliz. Mas os enredos da autora britânica são mais complexos do que isso: atenta à realidade, transporta para o universo literário a sociedade rural em que sempre viveu. Retratos feitos com uma ironia e humor até então desconhecidos e que distinguem a sua escrita inovadora.
Jane Austen era uma rapariga do campo, na Inglaterra da segunda metade do século XVIII . Mas a sétima filha do reverendo da Igreja de Steventon não teve o mesmo destino de outras meninas daquela época – ao contrário da tradição, recusou o casamento e dedicou-se ao que mais gostava: os livros.
Com talento, humor e uma escrita simples, fez novelas que entraram no clube restrito dos clássicos imortais. Porque os seus romances, os mesmos que as irmãs Brontë detestavam, são mais do que histórias ligeiras sobre os encantos e desencantos da vida amorosa dos homens e mulheres do seu tempo; são crónicas sociais com personagens reais; sensatas, imprudentes, ridículas, calculistas, frágeis.
Desde o primeiro livro “Sensibilidade e Bom Senso”, publicado em 1811, todas as obras vão retratar o quotidiano das pequenas cidades, o ambiente familiar dos mais abastados, o poder do dinheiro sobre o amor que deixava as mulheres presas a uma teia de preconceitos e ganância. Emma, Lydia, Susan, Fanny Pride, são nomes das heroínas que continuam a exercer o seu fascínio nos livros, nas séries televisivas e no cinema. Personagens de histórias que se tornaram intemporais devido às características da escrita da sua autora, como aqui refere Rogério Miguel Puga, investigador da Universidade Nova de Lisboa.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Literatura Aqui - Jane Austen
- Tipologia: Extrato de Programa - Reportagem
- Produção: até ao Fim do Mundo
- Ano: 2017