Na vida de Maria Teresa Horta

Maria Teresa Horta (1937-2025) ficou conhecida pela sua escrita, pela contestação ao Estado Novo e pela luta dos direitos das mulheres. Ao longo da vida recebeu várias condecorações e prémios e, em 2024, a BBC considerou-a uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo.

Nascida em Lisboa, em 1937, Maria Teresa Horta cedo se interessou pela leitura. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi líder associativa, militante e dirigente de vários movimentos de emancipação feminina. Assumiu cedo a autoria de poemas e foi também jornalista.

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O segundo livro que editou – “Minha Senhora de Mim” – foi olhado com escândalo pela sociedade portuguesa de 1971. Os 59 poemas estão escritos como se fossem cantigas de amigo, do período medieval, mas a perspetiva é feminina e anti-patriarcal. As palavras de Maria Teresa Horta acentuam o desejo sexual da mulher, algo impensável em Portugal naquele período.

Ainda mais escandaloso para a sociedade portuguesa foi, no ano seguinte, o lançamento do livro “Novas cartas portuguesas”, escrito em parceria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. As “três Marias”, como ficaram conhecidas, viram os livros ser recolhidos pelas autoridades três dias depois de chegarem às livrarias. Como o conteúdo foi considerado “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”, a PIDE recolheu não só os exemplares como interpôs um processo judicial contra as autoras.

O processo foi suspenso com a revolução de 25 de Abril de 1974.

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Ainda estudante na Faculdade de Letras, durante o período do Estado Novo, começou a escrever para o jornal diário “República”.  Passa depois pelo “Diário de Lisboa” e “A Capital”. Já depois do 25 de Abril de 1974, foi diretora da revista “Mulheres”. Ao longo da vida colaborou com diversos periódicos.

Foi casada com o jornalista Luís de Barros (1941-2019), com o qual teve um filho.

A atividade literária foi reconhecida com vários prémios e distinções. Dois Presidentes da República – Jorge Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa – distinguiram-na, respetivamente, com os graus de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

Maria Teresa Horta deixou cerca de meia centena de obras de poesia e ficção.

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Ficha Técnica

  • Título: Maria Teresa Horta
  • Tipologia: Reportagem
  • Autoria: Diogo Louçã Rodrigues / Vanessa Brízido
  • Produção: RTP
  • Ano: 2025