O Presépio da Basílica da Estrela
Este presépio barroco tem a mão do consagrado escultor Machado de Castro. Executado a pedido da rainha D. Maria, é o primeiro a incluir a adoração dos Reis Magos. Entre cenas bíblicas e do quotidiano mais de 400 figuras compõem a grandiosa encenação.
Protegido pela maquineta ou armário envidraçado, o presépio que saiu da oficina de Machado de Castro (1731-1822), mede cerca de cinco metros de largura por quatro de altura e mais de três metros de profundidade. Lá dentro, sobre uma estrutura de madeira coberta de musgo, estende-se um palco imenso com mais de 400 figuras que nos contam histórias bíblicas misturadas com cenas várias da vida popular que acrescentam realismo a esta notável obra da arte portuguesa
Na complexa composição descobrem-se personagens surpreendentes como um cego modelado de forma exímia ou duas expressivas aguadeiras à bulha. Provavelmente estes elementos terão sido executados pelo escultor, o autor da estátua de D. José I, que muito aprendera do ofício com o pai. Mas grande parte destes homens, mulheres, animais, anjos, elementos vegetais e arquitetónicos, foram criados pelo seus colaboradores. Peças saídas do barro a pedido de D. Maria I, a rainha que mandou erguer a Basílica da Estrela, em Lisboa, na esperança de ficar grávida.
Por causa desta oferta régia, os Reis Magos aparecem em primeiro plano num presépio português. O escultor, em homenagem à soberana, inclui na representação um grandioso e exótico cortejo, liderado por Gaspar, Melchior e Baltasar. Como todas as centenas de figuras presentes, enquadram a ação principal, que está centrada numa manjedoura onde, deitado numas palhinhas, se encontra o menino Jesus.
As portas deste presépio barroco do século XVIII, um dos mais célebres presépios portugueses, abrem-se agora a uma visita guiada com o historiador de Arte, Alexandre Pais.
Ficha Técnica
- Título: Visita Guiada
- Tipologia: Extrato de Programa Cultural
- Autoria: Paula Moura Pinheiro
- Produção: RTP
- Ano: 2015