O regresso de Jacob

Deixou escrito José Saramago que “sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam” e Jacob regressou à província de Nampula, em Moçambique, onde viveu 13 anos de trabalho missionário e foi recebido como um pai. Ao povo macua une-o um sentimento de ajuda, amizade e de sentido de missão em constante necessidade de cumprimento. Porque Moçambique é uma nação necessitada de tudo e que desde sempre tem estado em dificuldades.

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Num mundo onde existem diferenças abissais entre os hemisférios norte e sul, o trabalho missionário conjuga-se com o de voluntário, e continua a ser muitas vezes o único apoio para algumas comunidades mais afastadas dos grandes meios. É o caso de Marrere e Murrucua, onde pesa a presença de quem ensina e de quem ajuda na saúde e no trabalho. Foi aí que Carlos Jacob, missionário português de São João Batista, fez a diferença. Do seu trabalho destaca-se a criação de um hospital e de uma escola com 1200 alunos.

Moçambique é um dos países com mais baixo índice de desenvolvimento humano, onde toda a ajuda é bem-vinda. Por isso, a par da evangelização – num país onde, segundo as estatísticas, católicos e muçulmanos são as religiões mais praticadas, mas onde boa parte da população adere a crenças religiosas indígenas -, é preciso estar atento, sobretudo, às necessidades primárias da população. A empatia e a solidariedade criaram entre Jacob e os macuas de Marrere e Murrucua uma ligação especial, na senda da tradição do trabalho missionário português em África.