O Regresso dos Castores

O poder da natureza revela-se insuperável. Surgindo condições, a vida pode mesmo voltar onde parecia ter desaparecido para sempre. Dois séculos depois de terem sido dizimados no Luxemburgo, os castores estão de volta. Para os seus trabalhos de construção, mas também como percursores de toda uma nova biodiversidade nas áreas onde estão a instalar-se.

No século XIX, estes roedores foram caçados até à extinção na zona que é hoje o Luxemburgo, ainda o grão-ducado não era independente. Os agricultores não queriam os terrenos inundados, outros vendiam a sua valiosa pele e até uma das suas segregações corporais era usada pelos farmacêuticos. Morreram todos. Não só ali como em quase toda a Europa. Até agora.

Os diques feitos com árvores cortadas pelos seus poderosos dentes estão a dar ao Luxemburgo, não apenas inéditos contornos paisagísticos, como a criar condições para todo um novo ecossistema. Anfíbios nunca por ali vistos, insetos vindos de outras paragens, aves e peixes e toda uma panóplia de plantas que não existiam no país, vivem agora junto às colónias dos castores.

O triunfo ecológico é tal que levanta a suspeita: da mesma forma que os castores voltaram, estarão eles, agora, a criar condições para o regresso de outras espécies como o lobo e a lontra? Os castores estão protegidos pela Diretiva Europeia Habitat, de 1992. Os biólogos consideram-nos uma das espécies-chave do continente europeu, precisamente porque a sua presença propicia a criação de lugares com grande biodiversidade.

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Ficha Técnica

  • Título: De Lisboa a Estocolmo - episódio 6
  • Tipologia: Reportagem
  • Autoria: Filipe Pinto / Filipe Valente
  • Produção: RTP
  • Ano: 2021