O tratado de Baçaim, entre Portugal e o Gujarat

O documento foi assinado entre o governador português Nuno da Cunha e o embaixador do sultão do Gujarat e tratava-se de um acordo simples: em troca de pazes, o sultão cedia aos portugueses a cidade de Baçaim e as terras e ilhas adjacentes (entre elas Bombaim); boa parte do comércio marítimo da região passava também a ser controlado pelos portugueses a partir de Baçaim. Era, portanto, um acordo essencialmente político mas com uma importante faceta comercial.

• Qual a sua importância?

O Tratado de Baçaim foi uma importante vitória portuguesa, porque permitiu obter uma posição na região do Gujarat, que era algo que tentavam sem sucesso há várias décadas. Os portugueses tinham tentado conquistar Diu e tinham atacado Baçaim no ano anterior.

Em 1534, portanto, o sultão Bahadur, do Gujarat, decidiu terminar a guerra com os portugueses e ceder-lhes uma posição na região. Foi, no entanto, uma cedência tática. Na verdade, o objetivo do sultão era fazer a paz numa das frentes, a que o opunha aos portugueses, para poder canalizar as suas forças para uma ameaça bem mais grave, o império mogol, que se expandia do norte da Índia e que ameaçava o seu reino.

• Que efeitos teve?

Foi neste contexto de alívio temporário de uma das frentes de guerra em que estava envolvido que o sultão Bahadur fez nova cedência aos portugueses, permitindo a sua fixação em Diu, no ano seguinte, num novo tratado, mas rapidamente voltou a fazer a guerra aos portugueses, tentando desalojá-los da região, mas sem sucesso.

Algumas décadas mais tarde, o sultanato do Gujarat desapareceu, absorvido pelo Império Mogol. Quanto às praças portuguesas na região, Bombaim foi cedida aos ingleses no século XVII, Baçaim e outras posições caíram nas mãos do império marata em 1739, mas Diu permaneceu portuguesa até 1961.