Poluição luminosa: muita luz faz mal!
A luz artificial tem invadido o céu noturno, um património imaterial da humanidade. A poluição luminosa revela-se cada vez mais prejudicial para várias espécies, incluindo a humana. Neste Biosfera, fique a conhecer estes impactos.
A natureza evoluiu segundo ciclos de luz e de escuridão ditados pelo ritmo ancestral do sol e da lua. As estrelas são o mapa mais primitivo e, ainda assim, o único segundo o qual milhares de animais se guiam. Contudo, o escuro da noite deu lugar a uma enchente de luz artificial. É a alteração da iluminação do meio ambiente, com fontes de luz criadas pelo homem, que define a poluição luminosa. Vai desde a iluminação interna e externa de edifícios, à luz dos veículos, em áreas industriais e comerciais, enfim, em quase tudo e em quase todo o lado. Este tipo de poluição é um efeito da industrialização e afeta em particular áreas densamente povoadas.
Esquecemo-nos com frequência que a escuridão é tão importante como a luz do dia e, à conta da poluição luminosa, temos, agora, ecossistemas inteiros em perigo, bem como a própria saúde humana. Note-se que há processos naturais que só só podem dar-se na noite: o repouso dado pelo sono, a observação e navegação celestial e a recarga de sistemas. A alteração dos padrões de luz e de escuridão tem também uma enorme importância no comportamento de muitas espécies animais, influenciando a sua navegação, competição e mesmo relações entre cadeias predatórias.